Dia 22 – SEXTA-FEIRA
SANTA CECÍLIA
VIRGEM E MÁRTIR
(vermelho, pref. comum ou dos santos – ofício da memória)
Feliz a virgem que, renunciando a si mesma e tomando sua cruz, imitou o Senhor, o esposo das virgens e príncipe dos mártires.
Cecília, virgem e mártir, considerada padroeira da música, viveu na Itália no século 3º. De nobre família romana, educada desde o berço na vida cristã, levava no peito o Evangelho de Cristo dia e noite, especialmente no serviço aos excluídos. Durante seu martírio, apelou para que os cristãos não negassem a fé. Celebremos com entusiasmo sua memória, pedindo a graça de professar nossa fé, especialmente mediante o serviço aos necessitados.
Primeira Leitura: Apocalipse 10,8-11
Leitura do livro do Apocalipse de são João – 8Aquela mesma voz do céu, que eu, João, já tinha ouvido, tornou a falar comigo: “Vai, pega o livrinho aberto da mão do anjo que está de pé sobre o mar e a terra”. 9Eu fui até o anjo e pedi que me entregasse o livrinho. Ele me falou: “Pega e come. Será amargo no estômago, mas na tua boca, será doce como mel”. 10Peguei da mão do anjo o livrinho e o comi. Na boca era doce como mel, mas quando o engoli, meu estômago tornou-se amargo. 11Então ele me disse: “Deves profetizar ainda contra outros povos e nações, línguas e reis”. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 118(119)
Como é doce ao paladar vossa palavra, ó Senhor.
1. Seguindo vossa lei me rejubilo / muito mais do que em todas as riquezas. – R.
2. Minha alegria é a vossa aliança, / meus conselheiros são os vossos mandamentos. – R.
3. A lei de vossa boca, para mim, / vale mais do que milhões em ouro e prata. – R.
4. Como é doce ao paladar vossa palavra, / muito mais doce do que o mel na minha boca. – R.
5. Vossa palavra é minha herança para sempre, / porque ela é que me alegra o coração. – R.
6. Abro a boca e aspiro largamente, / pois estou ávido de vossos mandamentos. – R.
Evangelho: Lucas 19,45-48
Aleluia, aleluia, aleluia.
Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem (Jo 10,27). – R.
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 45Jesus entrou no templo e começou a expulsar os vendedores. 46E disse: “Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’. No entanto, vós fizestes dela um antro de ladrões”. 47Jesus ensinava todos os dias no templo. Os sumos sacerdotes, os mestres da lei e os notáveis do povo procuravam modo de matá-lo. 48Mas não sabiam o que fazer, porque o povo todo ficava fascinado quando ouvia Jesus falar. – Palavra da salvação.
Palavras do Santo Padre
Jesus expulsa do Templo não os sacerdotes, os escribas; expulsa os negociantes, os comerciantes do Templo. Mas os chefes dos sacerdotes e os escribas estavam ligados a eles: ali estava o “suborno sagrado”! Eles ganhavam dinheiro deles, estavam apegados ao dinheiro e adoravam esse santo. O Evangelho é muito forte. Diz: “Os chefes dos sacerdotes e os escribas tentaram fazer com que Jesus morresse, assim como os líderes do povo”. A mesma coisa aconteceu na época de Judas Macabeu. E por quê? Por esta razão: “Todavia, não conseguiam encontrar uma forma de fazê-lo, porque todo o povo ficava fascinado quando o ouvia”. A força de Jesus era sua palavra, seu testemunho, seu amor. E onde está Jesus, não há lugar para a mundanidade, não há lugar para a corrupção! Esta é a luta de cada um de nós, esta é a luta diária da Igreja: sempre Jesus, sempre com Jesus, pender sempre dos seus lábios, para ouvir a sua palavra; e nunca procurar certezas onde há coisas de outro dono”. De resto, não se pode servir a dois senhores: ou Deus ou as riquezas; ou a Deus ou o poder”. (Homilia na Capela da Casa Santa Marta, 20 de novembro de 2015)
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A purificação do Templo e a do nosso coração
Naquele tempo, Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores. E disse: “Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’. No entanto, vós fizestes dela um antro de ladrões”.
Celebramos, neste dia 22 de novembro, a memória de Santa Cecília, Virgem e Mártir, e, no Evangelho de hoje, Jesus purifica o Templo de Jerusalém de uma forma um tanto inusitada: Ele entra e começa a expulsar os vendilhões, dizendo: “Minha casa será uma casa de oração” (Lc 19, 46).
A figura de Jesus irado expulsando os vendilhões do Templo pode parecer estranha, mas é iluminada com os versículos anteriores, do 41 ao 44. Neles, São Lucas narra que Jesus, depois de ter entrado triunfante em Jerusalém, no Domingo de Ramos, chora pela cidade e lamenta seu futuro, pois ela será destruída, já que “não reconheceu o tempo em que foi visitada” (Lc 19, 44), ou seja, o tempo oportuno em que estava recebendo o Salvador.
É importante ressaltar que Jesus não derrama simplesmente lágrimas. Ele chora um choro tão dolorido quanto aquele que ocorreu pela morte da filha de Jairo, nascido de um Coração cheio de compaixão pelo destino e condenação daqueles que são amados. É por isso que Cristo toma o chicote e purifica o Templo.
Quem, sendo pai ou mãe de família, já não teve a mesma experiência? Aplicando uma punição a um filho com severidade, interiormente chorava com dor no coração por ter de castigar o jovem. Do mesmo modo, Jesus chorou clamorosamente sobre a cidade de Jerusalém e precisou castigá-la com o azorrague na mão para purificar o Templo, sua casa.
Jesus lamenta por nós, membros da sua Igreja, chamados por Deus a habitar o Céu, mas miseravelmente esquecidos de que a sua casa é casa de oração. Transformamos o nosso coração em antro de vendilhões. No entanto, Cristo não tem medo de levantar o chicote para nos punir e fazer-nos mudar de vida.
Sabendo que ainda temos tempo para nos arrepender, peçamos hoje especialmente a Santa Cecília, cuja memória celebramos, que interceda por nós e ajude-nos a purificarmos o nosso coração de tantos males e pecados, transformando-o em templo do Senhor.
Padre Paulo Ricardo
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Santa Cecília, padroeira dos músicos e cantores
Origens
Santa Cecília era uma nobre jovem romana, foi martirizada por volta do ano 230, durante o império de Alexandre Severo e o Pontificado de Urbano I. Seu culto é antiquíssimo: a Basílica a ela dedicada no bairro romano de Trastevere é anterior ao edito de Constantino. Em 313, decretou o domingo como dia ferial; e a festa em sua memória foi celebrada no ano 545.
Voto de Virgindade Perpétua
A narração do seu martírio está contida na Passio Sanctae Caeciliae, um texto mais literário que histórico caracterizado por uma forte conotação lendária. Segundo a Passio, Santa Cecília era esposa do patrício Valeriano, para quem, no dia do matrimônio, revelou ter-se convertido ao Cristianismo e ter feito o voto de virgindade perpétua, por isso, não poderia viver as relações matrimoniais, além disso, indicou que ele fizesse o mesmo. Valeriano aceitou, então, foi catequizado e batizado pelo Papa Urbano I.