Dia 12 – QUINTA-FEIRA
BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA DE GUADALUPE
PADROEIRA DA AMÉRICA LATINA
(branco, glória, pref. de Maria – ofício da festa)
Alegremo-nos todos no Senhor, celebrando este dia festivo em honra de Nossa Senhora de Guadalupe; os anjos se alegram conosco e dão glória ao Filho de Deus.
A imagem da Virgem de Guadalupe apareceu impressa na manta do índio João Diego em 1531, no México. A presença de Maria de Guadalupe é um abraço amoroso a todos os seus devotos, mas é também uma opção profunda pelos pobres e marginalizados. Celebrando a padroeira principal da América Latina, manifestemos nosso carinho à Mãe de Jesus e o desejo de atender os desamparados de nossa sociedade.
Primeira Leitura: Gálatas 4,4-7
Leitura da carta de São Paulo aos Gálatas – Irmãos, 4quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, 5a fim de resgatar os que eram sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva. 6E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abá – ó Pai! 7Assim já não és mais escravo, mas filho; e se és filho, és também herdeiro, tudo isso por graça de Deus. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 95(96)
Manifestai a sua glória entre as nações.
1. Cantai ao Senhor Deus um canto novo, † cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! / Cantai e bendizei seu santo nome! – R.
2. Dia após dia anunciai sua salvação, † manifestai a sua glória entre as nações / e, entre os povos do universo, seus prodígios! – R.
3. Publicai entre as nações: “Reina o Senhor! † Ele firmou o universo inabalável, / e os povos ele julga com justiça”. – R.
Evangelho: Lucas 1,39-47
Aleluia, aleluia, aleluia.
Maria, alegra-te, ó cheia de graça, o Senhor é contigo; / és bendita entre todas as mulheres da terra! (Lc 1,28) – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – 39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. 46Então Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, 47e o meu espírito se alegra em Deus, meu salvador”. – Palavra da salvação.
Palavras do Santo Padre
Esta é a grandeza de João, um grande, o último desta multidão de crentes que começou com Abraão, aquele que prega a conversão, que não usa meios-termos para condenar os soberbos, que no final da vida se permite duvidar. Este é um bom programa de vida cristã. (…) Peçamos a João a graça da coragem apostólica de dizer sempre tudo com verdade; do amor pastoral, ou seja, de receber as pessoas com o pouco que podem dar, o primeiro passo. Deus fará o resto. Que o grande João, que é o mais pequenino no reino dos Céus e por isso é grande, nos ajude neste caminho nos passos do Senhor. (Homilia na Capela da Casa Santa Marta, 15 de dezembro de 2016)
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Nossa Senhora e a visita de Deus às Américas
Deus não fez com nenhuma outra nação o que fez com os povos americanos ao manifestar, pela aparição da Virgem de Guadalupe, sua predileção pelo Novo Mundo, chamado a ser farol do Evangelho para a terra inteira.
Celebramos hoje, com grande alegria, a Festa de Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira das Américas. É importante notar que esta aparição da Virgem Maria tem algo de especialíssimo entre todas as outras aparições marianas ao longo da história da Igreja, porque esta deixou um documento “fotográfico” de sua aparição.
Em 1531, na Cidade do México, a tilma do índio São Juan Diego — uma espécie de xale — foi apresentada ao bispo. A túnica continha rosas de Castilla, e, quando o índio a abriu, começou a desenhar-se nela a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe. Trata-se de uma “fotografia” instantânea e milagrosa de uma aparição mariana. Certamente, várias aparições deixaram milagres, marcas e provas, mas uma imagem, pintada milagrosamente, da própria Virgem Maria foi algo tão extraordinário, que até hoje os cientistas não sabem explicar como ela foi pintada. Com todos os recursos da ciência moderna, eles não compreendem que elemento é aquele presente na tintura, já que não é de origem mineral, vegetal ou animal.
Realmente, a imagem de Guadalupe é algo especialíssimo, e os Céus, no início da história da evangelização das Américas, quiseram mostrar predileção para com o nosso continente, a fim de que começássemos a nossa história sob o manto sagrado de Nossa Senhora. Através de recursos computadorizados, foi possível estender as estrelas que estão no manto da Virgem Maria e perceber uma fotografia do céu das Américas no momento da aparição e, do lado esquerdo do manto, num lugar perto do coração, está o céu do Brasil.
Nossa Senhora de Guadalupe é um sinal claríssimo da visita de Deus ao nosso continente, de tal forma que nós podemos dizer, como Santa Isabel no Evangelho que é proclamado hoje: “Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?” (Lc 1, 43). A Virgem Maria veio ao nosso encontro mostrando predileção por nós, por isso devemos ser eternamente agradecidos a ela e a Deus.
Quando, no século XVIII, uma cópia da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe foi apresentada ao Papa Bento XIV, que era um grande especialista em milagres e na causa de canonização e beatificação de santos, ele ficou admirado com o milagre da imagem da Virgem Maria e, em meio a lágrimas, recordou o Salmo 147: Non fecit taliter omni nationi, “Deus não fez assim com todos os povos”. Ou seja, Cristo manifestou sua predileção e seu amor especial para com os povos das Américas. Mas há um motivo para isso: possuímos uma grande vocação sobrenatural. Nós temos o dever de manter acesa a chama da verdadeira fé católica neste mundo, onde a apostasia parece avançar cada vez mais.
Peçamos, portanto, que a Virgem Maria, que derrotou sozinha todas as heresias, esmague a cabeça da serpente em nosso continente e conceda-nos a graça de sermos fiéis à nossa difícil mas bela vocação.
Padre Paulo Ricardo
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Nossa Senhora de Guadalupe, a padroeira da América Latina
Origens
Num sábado, no ano de 1531, a Virgem Santíssima apareceu a um indígena que, de seu lugarejo, caminhava para a cidade do México, a fim de participar da catequese e da Santa Missa, enquanto estava na colina de Tepeyac, perto da capital. Esse índio convertido chamava-se Juan Diego (canonizado pelo Papa João Paulo II em 2002).
O Pedido
Então, Nossa Senhora disse a Juan Diego que ele fosse até o bispo e lhe pedisse que, naquele lugar, fosse construído um santuário para a honra e glória de Deus. O bispo local, usando de prudência, pediu um sinal da Virgem ao indígena que, somente na terceira aparição, foi concedido. Isso ocorreu quando Juan Diego buscava um sacerdote para o tio doente: