Essencialmente, são 6 manifestações de um só e mesmo pecado: rejeitar a graça de Deus a ponto de proibi-Lo de nos perdoar e salvar
Diz o Evangelho, em Mateus, 12, 32:
“E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro”
Os pecados contra o Espírito Santo consistem na rejeição da graça de Deus; trata-se da recusa da salvação, da rejeição completa perante a ação, os convites incessantes e as advertências do Espírito Santo. São pecados em que a bondade de Deus é colocada em questão. É pecado por pura malícia, contrário à bondade que é o Espírito Santo. A vontade da pessoa que peca é tão endurecida que ela não deseja a misericórdia de Deus e rejeita a Sua bondade.
O pecado contra o Espírito Santo é imperdoável precisamente porque é o próprio pecador quem impede Deus de perdoá-lo. Como Deus respeita a liberdade com que nos criou, Ele respeita a decisão do pecador de negar-se firmemente a ser perdoado.
O Papa São Pio X ensinou, no seu Catecismo Maior, que são seis os pecados contra o Espírito Santo:
1º – Desesperar da salvação, quando a pessoa perde as esperanças na salvação, julgando que a sua vida já está perdida e que se encontra condenada, antes mesmo do Juízo. Julga que a misericórdia divina é pequena. Não crê no poder e na justiça de Deus.
2º – Presunção de salvação, quando a pessoa cultiva na sua alma uma ideia de perfeição que implica um sentimento de orgulho. Considera salva pelo que já fez. Apenas Deus sabe se aquilo que fizemos merece o prêmio da salvação ou não. A nossa salvação pode ser perdida, até o último momento da nossa vida, e Deus é o nosso Juiz Eterno. Devemos crer na misericórdia divina, mas não podemos usurpar o atributo divino inalienável do Juízo. O simples facto de já se considerar eleito é uma atitude que indica a debilidade da virtude da humildade diante de Deus. Devemos ter a convicção moral de que estamos certos nas nossas ações, mas não podemos dizer que aos olhos de Deus já estamos definitivamente salvos. Os calvinistas, por exemplo, afirmam a eleição definitiva do fiel, por decreto eterno e imutável de Deus. A Igreja Católica ensina que, normalmente, os homens nada sabem sobre o seu destino, excepto se houver uma revelação privada, aceite pelo sagrado magistério. Por essa razão, os homens não se podem considerar salvos antes do Juízo.
3º – Negar a verdade conhecida como tal pelo magistério da Santa Igreja, quando a pessoa não aceita as verdades de fé (dogmas de fé), mesmo após exaustiva explicação doutrinária. É o caso dos hereges. Considera o seu entendimento pessoal superior ao da Igreja e ao ensinamento do Espírito Santo que auxilia o sagrado magistério.
4º – Inveja da graça que Deus dá aos outros. A inveja é um sentimento que consiste em irritar-se porque o outro conseguiu algo de bom. Mesmo que possua aquilo ou possa conseguir um dia. É o ato de não querer o bem do semelhante. Se eu invejo a graça que Deus dá a alguém, estou a dizer que aquela pessoa não merece tal graça, tornando-me assim o juiz do mundo. Estou a voltar-me contra a vontade divina. Estou a voltar-me contra a Lei do Amor ao próximo. Não devemos invejar um bem conquistado por alguém. Se este bem é fruto de trabalho honrado e perseverante, é vontade de Deus que a pessoa desfrute daquela graça.
5º – Obstinação no pecado é a vontade firme de permanecer no erro mesmo depois da ação do Espírito Santo. A pessoa cria o seu critério de julgamento ético. Ou simplesmente não adota ética nenhuma e assim aparta-se da vontade de Deus e rejeita a Salvação.
6º – Impenitência final é o resultado de toda uma vida de rejeição a Deus. O indivíduo persiste no erro até o final, recusando arrepender-se e penitenciar-se, recusa a salvação até o fim. Consagra-se ao adversário de Cristo. Nem mesmo na hora da morte tenta aproximar-se do Pai, manifestando humildade. Não se abre ao convite do Espírito Santo.
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Fonte: https://pt.aleteia.org