Fonte: O CatequistaO Papa está sempre de solidéu, certo? Errado! Ele deve sempre retirá-lo em alguns momentos específicos da missa – e pouquíssimos católicos sabem o motivo desse gestual. Neste post, vamos explicar essas e outras curiosidades sobre os assessórios e paramentos que cobrem a cabeça dos nossos religiosos.
Solidéu
É um barrete de modelo simplificado, semelhante à quipá que os judeus usam. Os bispos o usam durante quase toda a celebração da missa, retirando-o a partir da oração eucarística, em sinal de respeito.
Mitra
Usada por todos os bispos durante a missa – inclusive o bispo de Roma, o Papa – e pelos abades. É colocada sobre o solidéu, e sinaliza a autoridade pastoral.
Reparem que quando um bispo ora a Deus (como nas preces e nos gestos sacramentais), ele retira a mitra. Isso porque vem dos tempos apostólicos o ensinamento de que os homens têm o dever de orar com a cabeça descoberta (enquanto as mulheres, conforme São Paulo mesmo orientou, deveriam orar com a cabeça coberta – mas essa tradição milenar se diluiu nas últimas décadas, sem mais nem menos).
Galero
O vermelho é exclusivo dos cardeais; os demais clérigos usam o preto. A partir de 1965, o galero cardinalício foi substituído pelo barrete. Por isso, quase não vemos mais esse chapéu.
Capelo
É um acessório não-litúrgico, do dia a dia, que ajuda a se proteger do sol. O Papa pode usar o capelo vermelho; o de outros clérigos é preto.
Barrete
Tem formato quadrangular, e quase sempre traz um pompom no topo. Indica a autoridade do clérigo, e pode ser usando durante as celebrações (sendo retirado em momentos específicos) ou fora delas.
As cores do barrete variam conforme a hierarquia do clérigo, ou conforme o seu cargo. O Papa, por exemplo, pode usar barrete branco, mas esse costume foi abandonado faz muito tempo.
Camauro
É um gorro bem quentinho, que o Papa tem a opção de usar no inverno. Sim, ele fica parecendo o Papai Noel! E de onde vocês acham que surgiu o gorro do bom velhinho?
Tiara Papal
Era usada somente em cerimônias solenes. Suas três coroas simbolizam o tríplice poder dos papas: pai dos reis, reitor do mundo e Vigário de Cristo (Fonte: site do Vaticano). O último papa a usá-la foi o beato Paulo VI.
Capirote
Dentre as coberturas de cabeça apresentadas aqui, é a única usada por leigos.
Capuz usado principalmente por membros das irmandades espanholas durante algumas das celebrações da Semana Santa, em especial, nas procissões. Esse costume também se reflete aqui no Brasil.
A origem do capirote vem da Idade Média, quando os criminosos eram obrigados a desfilar pelas ruas com um chapéu pontudo. Ao vê-los, as pessoas os xingavam e jogavam sujeira neles. Assim, nas procissões, os penitentes que reconheciam suas culpas diante de Deus e desejavam voluntariamente serem humilhados colocavam esses chapéus, mas cobrindo o rosto, para não serem identificados (alguns desses penitentes se auto-flagelavam).
Atenção: o capirote não deve ser confundido com os capuzes usados por membros da Ku Klux Klan, pois sua finalidade era o terror, e não a humilhação e penitência. Ademais, essa organização terrorista pregava o predomínio dos protestantes brancos não só sobre os negros, mas também sobre os demais imigrantes, como judeus e católicos.
IGREJAS CATÓLICAS ORIENTAIS SUI JURIS
Como já explicamos antes (confira aqui), as Igrejas Católicas sui juris, de rito oriental, estão em perfeita comunhão com Roma, sendo submissas ao Papa. Essas igrejas se diferenciam da Igreja Católica de Rito Latino em aspectos administrativos, disciplinares e litúrgicos, mas a doutrina é a mesma.
A seguir, mostraremos um pouco da riqueza e da beleza dessa diversidade, especificamente em relação aos paramentos que cobrem a cabeça dos religiosos.
Mitra Bizantina
Utilizada por todos os bispos das igrejas católicas de rito bizantino (como o bispo da foto acima), e também pelos Coptas e Etíopes.
Eskimo ou Kalansowa
Capuz negro que cobre a cabeça dos monges e bispos das igrejas Siro-Malancares e Coptas, em todos os momentos. Possui 12 ou 13 cruzes. Entre os coptas é chamado de Kalansowa, entre os siro-malancares, Eskimo.
As 12 cruzes simbolizam os 12 apóstolos. Eles devem proteger o usuário de maus pensamentos, mantendo sua mente limpa (fonte: Orientale Lumen).
Masnaphto
A mitra foi introduzida na liturgia da Igreja somente após o século X (alguns dizem que foi após o século VII). Por isso, a Igreja Católica Siro-Malancar não incorporou seu uso aos paramentos dos bispos.
Em vez da mitra, os bispos católicos de tradição siríaca usam o Masnaphto, um véu da cor dos outros paramentos, que geralmente traz o desenho de uma pomba, em alusão ao Espirito Santo. Ele simboliza o pano que cobriu a cabeça de Nosso Senhor quando ele foi conduzido para ser sepultado (fonte: Orientale Lumen).
O Masnaphto é usado sobre o eskimo, da mesma forma que a mitra é usada sobre o solidéu.
Allousi
Usado pelos clérigos da Igreja Maronita. É semelhante ao solidéu, e tem um pequeno pompom no topo. Raramente é utilizado na liturgia.
Preto para os monges (o clero diocesano não usa), violáceo para os bispos e vermelho para o Patriarca. (fonte: Orientale Lumen).
Tabieh
Parece um turbante, e sua função é similar à do barrete. Não é utilizado por padres (a não ser que sejam corepíscopos). É preto para os bispos, sendo que o patriarca pode usar um vermelho, se quiser.
Klobuk
Chapéu achatado no topo, com um véu que cai sobre os ombros e costas. É usado por monges e bispos de algumas igrejas de rito oriental.
Qob
Barrete utilizado pelo clero da Etiópia.