Hoje, Jesus aparece no meio da comunidade reunida. Nós também, reunidos com os nossos irmãos na fé, fazemos a experiência do Ressuscitado. Claramente no caso daqueles discípulos foi uma experiência muito especial, já que eles viram o corpo glorioso do Senhor. A nossa experiência, sem ser do mesmo modo, não deixa de ser maravilhosa, já que nós contemplamos o corpo eucarístico do Senhor, comungamos o seu Corpo e o seu Sangue. No mistério da Eucaristia está todo o Mistério Pascal do Senhor. Eis aqui um argumento totalmente convincente para que não faltemos a Missa dominical!
A propósito, um homem escreveu uma carta ao diretor do jornal da sua cidade e comentava como ir à igreja todos os domingos tinha pouco sentido. “Fui à igreja durante 30 anos – escrevia –, e desde então escutei mais ou menos 3000 homilias. Não posso, porém, lembrar-me de nenhuma delas. Penso então que eu perdi o meu tempo e os sacerdotes o seu ao dar sermões ao vazio.” Por causa daquela carta teve início uma polêmica na seção “Cartas ao Diretor” daquele jornal, que continuou durante semanas, até que alguém escreveu uma consideração que, surpreendentemente, acabou com todas as controvérsias: “estou casado há 30 anos. Desde então fiz aproximadamente 32000 refeições entre almoços e jantares. No entanto, não posso lembrar-me de nenhum menu inteiro de nenhum desses dias. Não posso, porém, concluir que essas refeições não serviram para nada. Alimentaram-me e deram-me forças para viver, e se eu não tivesse feito aquelas refeições já estaria morto.”
É na igreja onde fazemos a nossa experiência de Cristo ressuscitado, é aqui onde comungamos o Corpo ressuscitado do Senhor. O Domingo é o dia do cristão, pois é o dia do Ressuscitado. O Domingo só é domingo por causa do Senhor Jesus. “Este é o dia que o Senhor fez para nós”, é o primeiro dia da semana, marcando assim o início de uma nova fase: o da nova criação. O Domingo é também o oitavo dia, apontando dessa maneira para o descanso eterno, para a escatologia, para o céu. Já que a semana tem apenas 7 dias, chamar o domingo de “oitavo dia” é colocá-lo em outra dimensão, a eterna.
Diante do Cristo ressuscitado e da sua grande Misericórdia, tomemos como ponto de partida da nossa oração para o dia de hoje e para essa semana aquela frase cheia de fé e de rendição diante do Mistério: “Meu Senhor e meu Deus”. Quando Jesus for de fato Senhor e Deus das nossas vidas, acontecerá conosco aquilo que a Sagrada Escritura relata dos primeiro cristãos: “A multidão dos cristãos era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava exclusivamente seu o que possuía, mas tudo entre eles era comum” (At 4,32). No filme sobre o Papa João Paulo II, Karol – o homem que se tornou papa, que é muito recomendável, aparece muitas vezes a saudação cor unum et anima uma, a expressão vem desse trecho da Bíblia. Precisamos ser um só coração e uma só alma, nas nossas celebrações dominicais e lá fora, atuando assim seremos coerentes com o nosso ser cristão.
Uma última recomendação: vá à Missa ainda que você não sinta nada. Não importa! Nós não servimos a Deus em troca de sentimentos. Por outro lado, caso o Senhor nos conceda um sentimento de alegria e de satisfação, agradeçamos-lhe, mas não façamos desses sentimentos o motivo da nossa lealdade, da nossa fidelidade. Dá pena escutar a esses ex-católicos afirmando que mudaram de igreja por que lá, na outra, se sentem bem. Ora, para sentir-se bem, basta ir a uma discoteca! Desculpem que eu tenha baixado o nível, porém, convenhamos!
Maria, auxílio dos cristãos, nossa Mãe, causa de nossa alegria, nos ajude e nos faça mais devotos da Eucaristia, do Mistério Pascal de seu Filho e mais atentos às necessidades dos demais.
Pe. Françoá Costa