Santos Anjos da Guarda, companheiros na caminhada
Origens
A existência dos Anjos é um dogma de fé, definida várias vezes e em muitas ocasiões pela Igreja, desde o Concílio de Nicéia ao Vaticano I. Tudo o que lhes diz respeito faz parte de um estudo próprio, denominado “angelologia”. O Magistério eclesial afirma: os anjos são seres totalmente espirituais, sem corpo, imortais e imutáveis, que se tornam visíveis apenas para manifestar a sua ação.
História litúrgica
A memória litúrgica dos Santos Anjos é celebrada em 2 de outubro, desde 1670, por desejo do Papa Clemente X. A Igreja ortodoxa prefere celebrar em 11 de janeiro. Antigamente, a sua festa era celebrada em 29 de setembro, junto com a dos três Santos arcanjos: Miguel, Gabriel e Rafael. Porém, sua data foi diferenciada, tornando-se, de modo particular, memória própria dos Anjos da Guarda: primeiro, na Espanha, no século XV; depois, se difundiu em Portugal, Áustria e, por fim, em toda a Europa.
A devoção aos Anjos da Guarda é mais antiga do que aos santos
Na verdade, a devoção aos Anjos é mais antiga que aos santos, de modo especial na Idade Média. Isso, graças aos monges eremitas, que viviam uma vida de recolhimento, silêncio e oração, em companhia só dos seus Anjos da Guarda. Finalmente, em 2005, o Parlamento italiano, inspirando-se na figura dos Anjos da Guarda, introduziu, na mesma data de 2 de outubro, a celebração civil da Festa dos Avós, verdadeiros Anjos da Guarda de suas famílias.
Quem são os anjos?
O termo “anjo” indica uma criatura celeste bem próxima de Deus. Seu nome é citado 175 vezes no Novo Testamento e pelo menos 300 no Antigo, em que vem especificada a função desta milícia sobrenatural, dividida em nove hierarquias: Querubins, Serafins, Tronos, Dominações, Poderes, Virtudes Celeste, Principados, Arcanjos, Anjos. Estes espíritos puros, dotados de inteligência e vontade, são chamados, muitas vezes, mensageiros ou intérpretes das ordens divinas; eles se manifestam, sobretudo, em momentos cruciais da história da salvação. Com efeito, o IV Concílio de Latrão definiu, como verdade de fé, o fato de que, se alguns anjos abusarem da sua liberdade, poderão cair no pecado: foi o que aconteceu com Lúcifer, o mais bonito de todos, que, ao pecar, por orgulho, contra Deus, caiu nas profundezas do inferno.
A função do Anjo da Guarda
As funções, atribuídas aos anjos pela Sagrada Escritura, são as de acompanhar o homem no caminho do bem e oferecer ao Senhor. Além das nossas orações e sacrifícios. De fato, no Batismo, todo cristão recebe, como dom de Deus, o próprio Anjo da Guarda, uma presença invisível, mas real. O anjo o acompanha e guia ao longo de toda a sua existência: é um companheiro de viagem. Ao longo dos séculos, apesar de invisíveis, os anjos foram representados de várias maneiras: adoradores, músicos, túmulos, igrejas, esculturas, pinturas…
Minha oração
“Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, me guarde, me governe, me ilumine. Amém!”
Santo Anjo do Senhor, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 02 de outubro
- Em Nicomédia, na Bitínia, hoje, Izmit, na Turquia, Santo Eleutério, mártir. († s. III/IV)
- Em Numância, na Hispânia Cartaginense, São Satúrio, eremita. († 606)
- Em Sain-Leger, no território de Arras, na Nêustria, atualmente na França, a paixão de São Leodegário, bispo de Autun. Com ele venera-se a memória de seu irmão São Gerino, mártir. († 679-680 e 677)
- Em Andage, na floresta das Ardenas, na Austrásia, hoje Saint-Hubert, na Bélgica, São Beregiso, abade, que fundou neste lugar um mosteiro de Cónegos Regrantes, ao qual presidiu com diligência. († d. 725)
- Na Récia, em território da atual Suíça, Santo Ursicino, bispo de Chur e primeiro abade do mosteiro de Disentis por ele fundado. († s. VIII)
- Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, a comemoração de São Teófilo, monge, que, por defender o culto das sagradas imagens, foi cruelmente torturado e exilado por Leão o Isáurico. († c. 795)
- Em Nagasáki, no Japão, os beatos Luís Yakichi e Lúcia, esposos, e seus filhos André e Francisco, mártires. († 1622)
- Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato Jorge Edmundo René, presbítero e mártir, que, sendo cónego de Vézelay, durante a Revolução Francesa, foi condenado ao cativeiro na sórdida galera por ser sacerdote e aí morreu coberto de chagas infectadas. († 1794)
- Em Castres, na França, Santa Joana Emília Villeneuve, que fundou a Congregação de Nossa Senhora da Imaculada de Castres, destinada à formação humana e cristã dos mais desfavorecidos. († 1854)
- Em Lião, na França, o Beato António Chevrier, presbítero, que fundou a Obra da Providência do Prado. († 1879)
- Em Fianarantsoa, cidade de Madagáscar, o Beato João Beyzym, presbítero da Companhia de Jesus. († 1912)
- Próximo de Castellón, no litoral da Espanha, os beatos Francisco Carceller Galindo, da Ordem dos Cónegos Regrantes das Escolas Pias, e Isidoro Bover Oliver, da Irmandade de Sacerdotes Operários Diocesanos, presbíteros e mártires. († 1936)
- Em Sax, localidade próxima de Alicante, também na Espanha, os beatos Elias e João Baptista Carbonell Mollá, presbíteros e mártires. († 1936)
- Em Silla, povoação próxima de Valência, também na Espanha, a Beata Maria Guadalupe (Maria Francisca Ricart Olmos), religiosa da Ordem dos Servos de Maria e mártir. († 1936)
- Em Madrid, cidade da Espanha, os beatos mártires Henrique Sáiz Aparício, presbítero, e Pedro Artolozaga Mellique, religioso, ambos da Sociedade Salesiana. († 1936)
- Em Jaén, também na Espanha, Bartolomeu Blanco Márquez, religioso da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)
- Em Stanislawow, cidade da Polónia, a Beata Antonina Kratochwil, virgem da Congregação das Irmãs das Escolas de Nossa Senhora e mártir. († 1942)
- Em Aiud, cidade do distrito de Alba, na Roménia, o Beato Szilard Bogdanffy, bispo de Oradea Mare e mártir. († 1953)
Fonte:
- Liturgia das Horas
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
- Vatican.va
– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Melody de Paulo