São Policarpo, santo invocado como protetor dos ouvidos e das queimaduras
Origens Grande padre apóstolo
São Policarpo está entre os grandes padres apostólicos, ou seja, pertencia ao número daqueles que conviveram com os primeiros apóstolos e serviram de elo entre a Igreja primitiva e a Igreja do mundo greco-romano.
Seguidor exemplar de Cristo
São Policarpo foi ordenado Bispo de Esmirna pelo próprio São João, o Evangelista. De caráter reto, de elevado saber, amor à Igreja e fiel à ortodoxia da fé, era respeitado por todos no Oriente.
Escritos do próprio santo
A carta escrita por Policarpo aos Filipenses foi preservada. Nesta carta, ele diz: “Fique firme, e na sua conduta siga o exemplo do Senhor, firme e imutável em sua fé, ame seu irmão, amando a cada um e a todos, unidos na verdade e ajudando a cada um com a bondade do Senhor Jesus, não desprezando a nenhum homem”.
São Policarpo e a perseguição aos cristãos
Reação de impacto
Com a perseguição aos cristãos, o santo bispo de 86 anos escondeu-se até ser preso e levado para o governador, que pretendia convencê-lo de ofender a Cristo. Policarpo, porém, proferiu estas palavras: “Há oitenta e seis anos sirvo a Cristo, e nenhum mal tenho recebido dele. Como poderei rejeitar Aquele a quem prestei culto e reconheço como meu Salvador?”.
Páscoa
Condenado à morte no estádio da cidade de Esmirna, na província da Ásia, na atual Turquia, ele próprio subiu na fogueira e testemunhou para o povo: “Sede bendito para sempre, ó Senhor. Que o Vosso Nome adorável seja glorificado por todos os séculos”. Milagrosamente, as chamas não o machucavam, e ele continuava a cantar. Impressionados, os guardas chamaram um arqueiro para que ele perfurasse o santo com uma flecha. Ao ser atingido, seu sangue apagou as chamas. Os guardas tentaram de novo acender a pira, mas sem sucesso. O encarregado do martírio, furioso, ordenou que Policarpo fosse decapitado.
São Policarpo: muitos frutos
Curiosidade sobre o nome
São Policarpo viveu o seu nome: poli = muitos; carpo = fruto | muitos frutos, que foram regados com suor, lágrimas e, no seu martírio, no ano de 155, regado também com sangue.
Segundo a tradição
Por tratar-se de um santo do segundo século, as informações sobre ele nem sempre são precisas, e neste caso, segue-se a tradição. Acredita-se que Policarpo foi um dos primeiros organizadores do que hoje para nós é o Novo Testamento.
Minha oração
“Ó amor e zelo por Cristo e pela Igreja, como sóis lindo! Senhor, nosso Cristo, lhe pedimos, por intercessão de São Policarpo, amor e zelo pela nossa Igreja, a ponto de abrimos mão de nossa vida pela causa do Evangelho. Dai-nos essa graça, Senhor. Amém.”
São Policarpo, rogai por nós!
Outros santos e beatos com memória em 23 de fevereiro:
- São Sireno ou Sinero, mártir, jardineiro denunciado por mulher luxuriosa exortada por ele. Foi preso, confessou ser cristão e, recusando-se a sacrificar aos deuses, morreu decapitado na Sérvia [† c. 307].
- Santa Milburga, virgem e abadessa na Inglaterra [† 722].
- São Viligiso, bispo na Alemanha [† 1011].
- São João Teriste ou Ceifeiro, monge com imensa caridade para com os necessitados [† s. XI].
- Beato Nicolau Tabouillot, presbítero e mártir, que, sendo pároco, foi preso durante a Revolução Francesa por atitudes evangelizadoras na França [† 1795].
- Beata Rafaela Ibarra de Vilallonga, mãe de sete filhos, que, com o consentimento do esposo, fez votos religiosos e fundou o Instituto das Irmãs dos Anjos da Guarda [† 1900].
- Beata Josefina Vanníni, virgem que fundou a Congregação das Filhas de São Camilo para assistir enfermos em Roma [† 1911].
- Beato Luís Mzyk, presbítero da Sociedade do Verbo Divino e mártir, assassinado por militares dando testemunho de Cristo até a morte na Polônia [† 1942]
- Beato Vicente Frelichowski, presbítero, que morreu com doença contraída na assistência aos doentes em campo de concentração na Alemanha [† 1945]
Fontes:
- Foto: Igreja de São Policarpo, Turquia
- vaticannews.va
- Martirológio Romano
- Liturgia das Horas
- Livro “Um santo para cada dia” – Mário Sgarbossa – Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978]
Pesquisa e Redação: Fernando Fantini – Comunidade Canção Nova