Dia 27 – SEGUNDA-FEIRA
3ª SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)
Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, terra inteira. Glória e esplendor em sua presença, santidade e beleza no seu santuário (Sl 95,1.6).
Cristo, mediador da Nova Aliança, reparou os pecados da primeira aliança e, com a força do Espírito, continua a libertar as pessoas de suas alienações. Deixemo-nos contagiar por sua ação salvadora e libertadora, testemunhando-a sem temer calúnias e oposições.
Leitura da carta aos Hebreus – Irmãos, 15Cristo é mediador de uma nova aliança. Pela sua morte, ele reparou as transgressões cometidas no decorrer da primeira aliança. E, assim, aqueles que são chamados recebem a promessa da herança eterna. 24Jesus não entrou num santuário feito por mão humana, imagem do verdadeiro, mas no próprio céu, a fim de comparecer, agora, na presença de Deus, em nosso favor. 25E não foi para se oferecer a si muitas vezes, como o sumo sacerdote que, cada ano, entra no santuário com sangue alheio. 26Porque, se assim fosse, deveria ter sofrido muitas vezes, desde a fundação do mundo. Mas foi agora, na plenitude dos tempos, que, uma vez por todas, ele se manifestou para destruir o pecado pelo sacrifício de si mesmo. 27O destino de todo homem é morrer uma só vez, e depois vem o julgamento. 28Do mesmo modo, também Cristo, oferecido uma vez por todas, para tirar os pecados da multidão, aparecerá uma segunda vez, fora do pecado, para salvar aqueles que o esperam. – Palavra do Senhor.
Cantai ao Senhor Deus um canto novo, / porque ele fez prodígios!
1. Cantai ao Senhor Deus um canto novo, / porque ele fez prodígios! / Sua mão e o seu braço forte e santo / alcançaram-lhe a vitória. – R.
2. O Senhor fez conhecer a salvação, / e às nações, sua justiça; / recordou o seu amor sempre fiel / pela casa de Israel. – R.
3. Os confins do universo contemplaram / a salvação do nosso Deus. / Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, / alegrai-vos e exultai! – R.
4. Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa / e da cítara suave! / Aclamai, com os clarins e as trombetas, / ao Senhor, o nosso rei! – R.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; / fez brilhar, pelo Evangelho, a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 22os mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam que ele estava possuído por Belzebu e que, pelo príncipe dos demônios, ele expulsava os demônios. 23Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: “Como é que satanás pode expulsar a satanás? 24Se um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se. 25Se uma família se divide contra si mesma, ela não poderá manter-se. 26Assim, se satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não poderá sobreviver, mas será destruído. 27Ninguém pode entrar na casa de um homem forte, para roubar seus bens, sem antes o amarrar. Só depois poderá saquear sua casa. 28Em verdade vos digo, tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados como qualquer blasfêmia que tiverem dito. 29Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca será perdoado; será culpado de um pecado eterno”. 30Jesus falou isso porque diziam: “Ele está possuído por um espírito mau”. – Palavra da salvação.
Palavras do Santo Padre
Jesus reage com palavras fortes e claras […] o pecado contra o Espírito Santo, é o único pecado imperdoável […] porque parte de um fechamento do coração à misericórdia de Deus que age em Jesus. Mas este episódio contém uma admoestação que serve a todos nós. Com efeito, pode acontecer que uma grande inveja pela bondade e pelas boas obras de uma pessoa possa levar a acusá-la falsamente. Há nisto um grande veneno mortal: a maldade com que, de maneira intencional se pretende destruir a boa fama do outro. Deus nos livre desta terrível tentação! […] Estai atentos, pois esta atitude destrói as famílias, as amizades, as comunidades e até a sociedade. (Angelus de 10 de junho de 2018)
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A artimanha dos que persistem no erro
“Os mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam que ele estava possuído por Beelzebu, e que pelo príncipe dos demônios ele expulsava os demônios.”
No Evangelho de hoje, Jesus é acusado de expulsar demônios com o poder de Beelzebu, príncipe dos demônios. A partir disso, Cristo, então, nos fala da blasfêmia contra o Espírito Santo.
Este Evangelho, surpreendentemente, retrata algo que acontece muito no mundo atual. É claro que Jesus já não está presente no mundo em sua carne visível, mas Ele recebe acusações por meio de seu Corpo místico, a Igreja. Hoje em dia, quando tentamos tirar uma pessoa do pecado, não estamos fazendo nada além daquilo que Nosso Senhor nos mandou fazer: “Ide pelo mundo e fazei discípulos de todas as nações” (Mt 28, 19). Contudo, ao obedecermos a essa ordem, somos acusados de ser pessoas más, de “imperialistas religiosos” que só sabem julgar os outros. “Como você ousa dizer que o pecador está no pecado! Que o egoísta está no egoísmo! Que o luxurioso está cometendo pecados lúbricos!”, é o que muitos dizem. Logo, somos considerados um incômodo e, por isso, recebidos como Cristo o foi pelos demônios: “Viestes para nos atormentar, Jesus de Nazaré!” (Mt 8, 29).
Então, para se livrar do desconforto da pregação do Evangelho, de ter a vida desmascarada e o dedo posto na ferida, qual é a articulação e a artimanha de Satanás? Fazer o pregador ser acusado da mesma maldade de que ele está tentando livrar as pessoas.
Ora, Jesus é a Palavra de Deus que se fez carne, mas até Ele foi acusado por Satanás. Portanto, certamente seremos tratados da mesma maneira se pregarmos a uma pessoa dizendo-lhe que saia do pecado, porque, do contrário, será condenada. Assim, mesmo sendo caridosos com essas pessoas, seremos taxados como “maus cristãos”, que apenas julgam e discriminam.
Sim, Jesus veio para causar um incômodo, e para se livrar dele os fariseus de outrora, juntamente com os fariseus de hoje, são capazes de todo tipo de acusação e daquilo que Satanás sempre fez: acusar-nos daquilo que eles mesmos são, jogando sobre aquele que é simplesmente um pobre mensageiro do Evangelho toda a malícia e a maldade que está dentro deles. Entretanto, se, ao pregarmos, acontecer algo assim, devemos aceitar a situação, tendo em mente que estamos recebendo o castigo merecido por nossa maldade, já que somos pecadores.
O maior problema, no entanto, é não sermos ouvidos. Assim, a oportunidade das pessoas que mais precisam escutar a incômoda verdade de Deus, que vem do Céu para nos livrar do Inferno, acaba sendo desperdiçada. Cada vez que o cristianismo, com sua mensagem de dois mil anos, é acusado de ser intolerante e fanático, e nos dizem que precisamos deixá-lo de lado para nos adaptar ao mundo moderno, acontece uma verdadeira blasfêmia contra o Espírito Santo, porque não apenas o pregador é rejeitado, mas a própria Palavra de Deus não é aceita.
Portanto, peçamos hoje ao Espírito Santo que inspire nossos corações, para que eles não fechem as portas à salvação, e rezemos pela conversão das almas dos pecadores que, infelizmente, ignoram a verdade divina.
Padre Paulo Ricardo