DIA 13 – SEGUNDA-FEIRA
28ª SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)
Se levardes em conta, Senhor, nossas faltas, quem haverá de subsistir? Mas em vós se encontra o perdão (SI 129,3s).
Ao verem as ações de Deus na história, os seres humanos deveriam trilhar um caminho de maturidade na fé. Mas isso não acontece. Os constantes apelos por conversão feitos por Cristo são para nos dar vida verdadeira.
Primeira Leitura: Romanos 1,1-7
Início da carta de São Paulo aos Romanos – 1Paulo, servo de Jesus Cristo, apóstolo por vocação, escolhido para o Evangelho de Deus, 2que pelos profetas havia prometido, nas Escrituras, 3e que diz respeito a seu Filho, descendente de Davi segundo a carne, autenticado como Filho de Deus com poder, pelo Espírito de santidade que o ressuscitou dos mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor. 4É por ele que recebemos a graça da vocação para o apostolado, a fim de podermos trazer à obediência da fé todos os povos pagãos, para a glória de seu nome. 6Entre esses povos estais também vós, chamados a ser discípulos de Jesus Cristo. 7A vós todos que morais em Roma, amados de Deus e santos por vocação, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e de nosso Senhor, Jesus Cristo. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 97(98)
O Senhor fez conhecer a salvação.
1. Cantai ao Senhor Deus um canto novo, / porque ele fez prodígios! / Sua mão e o seu braço forte e santo / alcançaram-lhe a vitória. – R.
2. O Senhor fez conhecer a salvação / e, às nações, sua justiça; / recordou o seu amor sempre fiel / pela casa de Israel. – R.
3. Os confins do universo contemplaram / a salvação do nosso Deus. / Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, / alegrai-vos e exultai! – R.
Evangelho: Lucas 11,29-32
Aleluia, aleluia, aleluia.
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: / Não fecheis os corações como em Meriba! (Sl 94,8) – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 29quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. 30Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. 31No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará juntamente com os homens desta geração e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão. 32No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão. Porque eles se converteram quando ouviram a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas”. – Palavra da salvação.
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As palavras dos Papas
Por que esses doutores da lei não compreendiam os sinais dos tempos? E pediam um sinal extraordinário? Jesus lhes deu. Por que não compreendiam? Primeiro porque eram fechados. Fechados no seu sistema, tinham organizado a Lei muito bem. Uma obra-prima. Todos os judeus sabiam o que se podia fazer e o que não se podia fazer, tudo estava organizado. E eles se sentiam seguros ali. Eles não compreendiam que Deus é o Deus das surpresas. Que Deus é sempre novo. Nunca renega a si mesmo. Nunca. Mas sempre nos surpreende. E eles não compreendiam e se fechavam naquele sistema, feito com tanta boa vontade, e pediam a Jesus: “Mas dê-nos um sinal!”, e não compreendiam os muitos sinais que Jesus fazia e que indicavam que o tempo estava maduro. Fechamento. Segundo, eles tinham esquecido que eram um povo a caminho. E quando alguém está a caminho, sempre encontra coisas novas: estou apegado às minhas coisas, às minhas ideias, sou fechado ou estou aberto ao Deus das surpresas? Sou uma pessoa firme ou uma pessoa que caminha? Acredito em Jesus Cristo, em Jesus, no que Ele fez, morreu, ressuscitou, e a história acabou, ou acredito que o caminho vai em frente, rumo à manifestação de glória do Senhor? Sou capaz de compreender os sinais dos tempos? Podemos nos fazer essas perguntas hoje e pedir ao Senhor um coração que ame a Lei, porque é a Lei de Deus, que também ame as surpresas de Deus, e que saiba que essa Lei santa não é um fim em si mesma. (Papa Francisco, Homilia na Capela da Casa Santa Marta, 13 de outubro de 2014)
Por que alguns rejeitam os sinais de Deus?
No Evangelho de hoje, Jesus repreende sua geração e a chama de má e perversa, porque procura por um sinal — que é o próprio Cristo —, mas se recusa a ter fé.
Para entendermos melhor, basta olharmos, por exemplo, para a famosa parábola do pobre Lázaro e do rico epulão. Nela, o rico, já condenado ao Inferno, suplica ao pai Abraão: “Envia Lázaro para que os meus irmãos tenham um sinal porque, se alguém ressuscitar dos mortos, eles crerão” (Lc 16, 30). No entanto, Jesus conclui essa história de uma forma bem triste, reconhecendo que, mesmo se alguém ressuscitasse dos mortos, eles não iriam acreditar.
Isso que Nosso Senhor disse laconicamente tornou-se uma realidade até mesmo histórica. Por quê? Porque o Evangelho de São João lembra-nos que, de fato, houve um Lázaro que ressuscitou, e mesmo assim os fariseus não creram. Para piorar a situação, eles planejaram matar Lázaro para esconder o milagre no qual eles eram obrigados a crer. Tal era a maldade de seus corações!
Ora, existem pessoas que gostariam de crer em Jesus, mas querem evidências e provas para isso. Contudo, se o coração estiver fechado, será impossível crer, mesmo que lhe sejam dados os sinais mais claros. Os fariseus são a prova concreta disso: Jesus cumpriu todas as profecias, realizou todos os sinais e, no entanto, eles o mataram. E isso aconteceu porque, quando se aceita Cristo em sua vida, é exigida uma mudança interior, e eles não quiseram mudar de vida.
O oposto aconteceu em Nínive, um lugar cheio de pagãos. Quando um profeta chamado Jonas atravessou a cidade — ainda que de má vontade — para converter as pessoas, milagrosamente elas o escutaram, porque ali havia corações bons e dispostos a aceitar o Senhor — embora o sinal de Jonas tenha sido “inadequado”, pois ele não desejava verdadeiramente a conversão do povo.
Agora, para a nossa geração, temos um outro sinal muito mais extraordinário e potente. Não se trata mais de um profeta de má vontade, mas do próprio Deus de misericórdia que se fez homem, viveu em nosso meio, morreu por nós na Cruz e ressuscitou dos mortos! Se não cremos nisso, o nosso coração é muito mau!
Então, o Evangelho de hoje nos ensina essa verdade dramática, simultaneamente triste e feliz: triste porque, se o nosso coração é perverso, nenhum milagre será capaz de tirá-lo de sua maldade; mas feliz porque, se realmente nos abrirmos ao amor, iremos crer e receber de Cristo a Boa-nova do Evangelho e a salvação.