DIA 6 – SÁBADO
São Nicolau de Mira (Memória facultativa)
1ª SEMANA DO ADVENTO
(roxo, pref. do Advento I ou IA – ofício do dia)
Vinde, Senhor, que estais sentado acima dos querubins; mostrai-nos a vossa face, e seremos salvos (Sl 79,4.2).
Nesta liturgia, que nos prepara para a vinda do Senhor, somos exortados a confiar em Deus, o qual escuta o clamor do seu povo e nos convida a trabalhar na sua messe, comprometendo-nos com o cuidado dos sofredores deste mundo.
Primeira Leitura: Isaías 30,19-21.23-26
Leitura do livro do profeta Isaías – Assim fala o Senhor, o Santo de Israel: 19“Povo de Sião, que habitas em Jerusalém, não terás motivo algum para chorar: ele se comoverá à voz do teu clamor; logo que te ouvir, ele atenderá. 20O Senhor decerto dará a todos o pão da angústia e a água da aflição, não se apartará mais de ti o teu mestre; teus olhos poderão vê-lo 21e teus ouvidos poderão ouvir a palavra de aviso atrás de ti: ‘O caminho é este para todos, segui por ele, sem desviar-vos à direita ou à esquerda’. 23Ele te dará chuva para a semente que tiveres semeado na terra, e o fruto da terra será abundante e rico; nesse dia, o teu rebanho pastará em vastas pastagens, 24teus bois e os animais que lavram a terra comerão forragem salgada, limpa com pá e peneira. 25Haverá em toda montanha alta e em toda colina elevada arroios de água corrente, num dia em que muitos serão mortos com o desabamento de seus torreões. 26A lua brilhará como a luz do sol, e o sol brilhará sete vezes mais, como a luz de sete dias, no dia em que o Senhor curar a ferida de seu povo e fizer sarar a lesão de sua chaga”. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 146(147A)
Felizes são aqueles que esperam no Senhor!
1. Louvai o Senhor Deus, porque ele é bom, † cantai ao nosso Deus, porque é suave: / ele é digno de louvor, ele o merece! / O Senhor reconstruiu Jerusalém / e os dispersos de Israel juntou de novo. – R.
2. Ele conforta os corações despedaçados, / ele enfaixa suas feridas e as cura; / fixa o número de todas as estrelas / e chama a cada uma por seu nome. – R.
3. É grande e onipotente o nosso Deus, / seu saber não tem medida nem limites. / O Senhor Deus é o amparo dos humildes, / mas dobra até o chão os que são ímpios. – R.
Evangelho: Mateus 9,35-10,1.6-8
Aleluia, aleluia, aleluia.
É o Senhor nosso juiz e nosso rei. / O Senhor legislador nos salvará (Is 33,22). – R.
Proclamação do Evangelho segundo Mateus – Naquele tempo, 35Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade. 36Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: 37“A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38Pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!” 10,1E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem todo tipo de doença e enfermidade. Enviou-os com as seguintes recomendações: 6“Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! 7Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. 8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!” – Palavra da salvação.
As palavras dos Papas
Porquê anunciar. A motivação está em cinco palavras de Jesus, que nos fará bem recordar: «Recebestes de graça, dai de graça!» (v. 8). São cinco palavras. Mas porquê anunciar? Porque recebi de graça e devo dar de graça. O anúncio não começa por nós, mas pela beleza do que recebemos de graça, sem mérito: encontrar Jesus, conhecê-lo, descobrir que somos amados e salvos. É um dom tão grande que não podemos guardá-lo para nós, sentimos a necessidade de o irradiar; mas com o mesmo estilo, ou seja, na gratuidade. Em síntese: temos um dom, por isso somos chamados a fazer-nos dom; recebemos um dom e a nossa vocação consiste em tornar-nos dom para os outros; em nós há a alegria de ser filhos de Deus, e ela deve ser partilhada com os irmãos e irmãs que ainda não o conhecem! Esta é a razão do anúncio. Ir e anunciar a alegria daquilo que recebemos. (Audiência Geral de 15 de fevereiro de 2023)
*****************
Meditação
A vinda de Cristo por meio dos sacerdotes
Estamos no tempo do Advento, um período marcado pela presença de Deus entre nós, isto é, a visita de Deus. É exatamente isso que expressa a palavra grega parousia — que quer dizer presença, chegada —: Deus está em nossas vidas e sua presença se manifesta através de diversas vindas.
A primeira vinda de Cristo aconteceu no Natal; a última acontecerá no fim dos tempos, e o Evangelho de hoje nos coloca diante de uma vinda para a qual não estamos sempre atentos: é a vinda de Cristo através dos seus Apóstolos. Jesus, no final do capítulo 9 e início do capítulo 10 do Evangelho de São Mateus, olha para o povo e percebe que são como ovelhas sem pastor. Então, Ele pede que nós insistentemente oremos e escolhe os seus Doze Apóstolos, enviando-os em missão.
Os Apóstolos são uma presença do próprio Cristo, e é isso que está por trás do Sacramento da Ordem. Quando um católico se aproxima de um sacerdote ou de um bispo e beija-lhe a mão ou o anel, ele sabe que não está simplesmente venerando uma pessoa humana, mas uma Pessoa divina, escondida no véu do Sacramento. É exatamente isso que quer dizer a palavra “apóstolo”: um emissário; uma pessoa que representa outra — e aqui, o termo “representa” está sendo usada em seu sentido mais forte; uma “presença outra vez”. Como São Paulo disse aos coríntios: “Eu vos suplico, como embaixador de Cristo: deixai-vos reconciliar com Deus” (2Cor 5, 20).
Deus está presente nos sacerdotes e nos bispos, sucessores dos Apóstolos. Por isso, neste tempo de Advento em que nós pedimos pela vinda de Jesus, também devemos pedi-la através de seus enviados. E todos nós, inclusive os pastores da Igreja, somos chamados a professar a fé no fato de que Cristo está presente em nossas vidas, compreendendo verdadeiramente que Nosso Senhor está conosco de uma forma que não conseguimos sentir, mas que podemos crer para viver a altura da nossa vocação e sermos presença de Cristo na vida das pessoas.
Desse modo, o tempo do Advento é um momento de celebrarmos a vinda e a presença de Cristo em nossas vidas, também por meio de seus sagrados pastores, que administram os Sacramentos, os quais são uma forma extraordinária de Jesus nos tocar com a sua divina humanidade. Rezemos, pois, para que haja cada vez mais e mais santas vocações de homens que, não apenas sacramentalmente, mas também em sua santidade de vida, sejam um raio de luz que ilumina os nossos dias.
Padre Paulo Ricardo
******************
São Nicolau de Mira, o padroeiro dos marinheiros

Origens
São Nicolau de Mira nasceu no ano 275 em Pátara, cidade marítima da Lícia, na Turquia meridional. Seus pais eram ricos e possuíam uma profunda vida de oração. Ainda muito jovem, tornou-se órfão. Recordando a passagem do “Jovem rico”, Nicolau é conhecido principalmente para com os pobres, já que, ao receber por herança uma grande quantia de dinheiro, livremente partilhou com os necessitados e pobres.
Sacerdócio
Educado no cristianismo, tornou-se sacerdote da diocese de Mira, onde, com amor, evangelizou os pagãos, mesmo no clima de perseguição que os cristãos viviam.
Salvou a vida de jovens meninas
Certa vez, ficou sabendo que um homem havia perdido todo o seu dinheiro. Ele tinha três filhas, as quais tinham idade suficiente para o casamento, mas não tinham os dotes para a celebração. Por isso, as filhas do pobre homem seriam vendidas como escravas, pois não poderiam viver na casa por mais tempo. Na noite antes da partida da filha mais velha que seria vendida, ela lavou suas meias e as colocou em frente ao fogo para que secassem.
São Nicolau de Mira: salvou jovens e criou o mito do Papai Noel
Os Presentes
Na manhã seguinte, a jovem viu que havia, dentro de sua meia, uma bolsinha com ouro. Daí que, nos países do Norte da Europa, usando da fantasia, viram em Nicolau o velho de barbas brancas que levava presentes às crianças no mês de dezembro.
Bispo Sucessor
Com a morte do bispo de Mira, Nicolau foi eleito seu sucessor. A obediência fez com que Nicolau abandonasse a solidão para assumir as responsabilidades de bispo. Conquistou a todos com sua caridade, zelo, espírito de oração e carisma de milagres em favor, sobretudo, dos enfermos.
A Prisão e a Tortura
Historiadores relatam que, ao ser preso, por causa da perseguição dos cristãos, Nicolau foi torturado e condenado à morte, mas, felizmente, salvou-se em 325, pois foi publicado o edito de Milão que concedia a liberdade religiosa.
Presenciou o arrependimento de um grande perseguidor
Concílio de Niceia
São Nicolau de Mira participou do Concílio de Niceia, onde, contra a heresia ariana, foi definida a divindade de Jesus, declarado consubstancial ao Pai. Nicolau presenciou uma cena indescritível: Constantino Magno, um grande perseguidor do povo cristão, ajoelhou-se para beijar as cicatrizes de Nicolau e de outros cristãos torturados na última perseguição.
Páscoa
São Nicolau de Mira faleceu em 343, na cidade de Mira, com fama de santidade e de instrumento de Deus para que muitos milagres chegassem ao povo. Após sua morte, seu túmulo em Mira se tornou um local de peregrinação.
Relíquias
As relíquias de São Nicolau de Mira foram consideradas milagrosas devido a um misterioso líquido que saía de dentro, chamado “maná de São Nicolau”. São Nicolau de Mira é invocado contra os perigos de incêndios e é padroeiro dos marinheiros.
Minha oração
“São Nicolau, o modelo do Papai Noel, exemplo de bondade paterna assim como o Pai celeste, enriquecei os homens com os dons da mesma paternidade. Dai às famílias a graça da bondade e as virtudes para educar os filhos. Amém.”
