DIA 23 – SÁBADO
São Clemente I, Papa e Mártir (Memória Facultativa)
33ª SEMANA COMUM
(verde – ofício do dia)
Meus pensamentos são de paz e não de aflição, diz o Senhor. Vós me invocareis e hei de escutar-vos, e de todos os lugares reconduzirei vossos cativos (Jr 29,11s).
Antes de pensar na vida eterna, é salutar concentrar a atenção analisar como estamos vivendo nossos dias aqui neste mundo: como estamos vivendo? o que fazemos pela vida do nosso próximo? como estamos nos relacionando com os nossos familiares? A Eucaristia, banquete de vida em plenitude, nos fortaleça no amor, na fé e na esperança.
Primeira Leitura: Apocalipse 11,4-12
Leitura do livro do Apocalipse de são João – Disseram a mim, João: 4“Essas duas testemunhas são as duas oliveiras e os dois candelabros, que estão diante do Senhor da terra. 5Se alguém quiser fazer-lhes mal, um fogo sairá da boca delas e devorará seus inimigos. Sim, se alguém quiser fazer-lhes mal, é assim que vai morrer. 6Elas têm o poder de fechar o céu, de modo que não caia chuva alguma enquanto durar a sua missão profética. Elas têm também o poder de transformar as águas em sangue. E, quantas vezes elas quiserem, podem ferir a terra com todo tipo de praga. 7Quando elas terminarem o seu testemunho, a besta que sobe do abismo vai combater contra elas, vai vencê-las e matá-las. 8E os cadáveres das duas testemunhas vão ficar expostos na praça da grande cidade, que se chama, simbolicamente, Sodoma e Egito, e na qual foi crucificado também o Senhor delas. 9Gente de todos os povos, raças, línguas e nações verão seus cadáveres durante três dias e meio e não deixarão que os corpos sejam sepultados. 10Os habitantes da terra farão festa pela morte das testemunhas; felicitar-se-ão e trocarão presentes, pois esses dois profetas estavam incomodando os habitantes da terra”. 11Depois dos três dias e meio, um sopro de vida veio de Deus, penetrou nos dois profetas e eles ficaram de pé. Todos aqueles que os contemplavam ficaram com muito medo. 12Ouvi então uma voz forte vinda do céu e chamando os dois: “Subi para aqui!” Eles subiram ao céu, na nuvem, enquanto os inimigos ficaram olhando. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 143(144)
Bendito seja o Senhor, meu rochedo!
1. Bendito seja o Senhor, meu rochedo, † que adestrou minhas mãos para a luta, / e os meus dedos treinou para a guerra! – R.
2. Ele é meu amor, meu refúgio, / libertador, fortaleza e abrigo; / é meu escudo: é nele que espero, / ele submete as nações a meus pés. – R.
3. Um canto novo, meu Deus, vou cantar-vos, / nas dez cordas da harpa louvar-vos, / a vós que dais a vitória aos reis / e salvais vosso servo Davi. – R.
Evangelho: Lucas 20,27-40
Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar pelo evangelho a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10). – R.
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 27aproximaram-se de Jesus alguns saduceus, que negam a ressurreição, 28e lhe perguntaram: “Mestre, Moisés deixou-nos escrito: ‘Se alguém tiver um irmão casado e este morrer sem filhos, deve casar-se com a viúva a fim de garantir a descendência para o seu irmão’. 29Ora, havia sete irmãos. O primeiro casou e morreu sem deixar filhos. 30Também o segundo 31e o terceiro se casaram com a viúva. E assim os sete: todos morreram sem deixar filhos. 32Por fim, morreu também a mulher. 33Na ressurreição, ela será esposa de quem? Todos os sete estiveram casados com ela”. 34Jesus respondeu aos saduceus: “Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se, 35mas os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, nem eles se casam nem elas se dão em casamento; 36e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus, porque ressuscitaram. 37Que os mortos ressuscitam, Moisés também o indicou na passagem da sarça, quando chama o Senhor o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó. 38Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele”. 39Alguns doutores da lei disseram a Jesus: “Mestre, tu falaste muito bem”. 40E ninguém mais tinha coragem de perguntar coisa alguma a Jesus. – Palavra da salvação.
Palavras do Santo Padre
Evangelho (…) alerta-nos a não nos deixarmos oprimir por um estilo de vida egocêntrico, nem pelos ritmos frenéticos dos dias. Ressoam particularmente incisivas as palavras de Jesus: «Velai sobre vós mesmos, para que os vossos corações não se tornem pesados com o excesso do comer, com a embriaguez e com as preocupações da vida; para que aquele dia não vos apanhe repentinamente […] Vigiai, pois, em todo o tempo e orai» (vv. 34.36).
Vigiar e rezar! O sono interior nasce do girar sempre em volta de nós mesmos e do permanecer sitiados no fechamento da própria vida, com os seus problemas, as suas alegrias e as suas dores, mas girar sempre ao nosso redor. E isto é cansativo, aborrece, fecha à esperança. Encontra-se aqui a raiz do torpor e da indolência dos quais o Evangelho fala. (…) A Virgem Maria, que nos traz Jesus, Mulher da expetativa e da oração, nos ajude a revigorar a nossa esperança nas promessas do seu Filho Jesus, para nos levar a experimentar que, através das adversidades da história, Deus permanece sempre fiel, servindo-se também dos erros humanos para manifestar a sua misericórdia. (Angelus de 2 de dezembro de 2018)
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O casamento ao qual todos são chamados
Aqueles que são celibatários levam a vida voltada para o fato de que, no Céu, não estaremos casados com ninguém, mas nos uniremos plenamente a Jesus Cristo numa só realidade.
A controvérsia em que o Evangelho nos coloca hoje oferece mais uma ocasião de refletir sobre o celibato, isto é, o voto de castidade por amor ao Reino de Deus.
Encontramo-nos na cidade santa de Jerusalém. Aproximam-se de Jesus alguns dos saduceus, inimigos da ressurreição, a fim de o atraiçoarem em alguma palavra mal colocada que servisse de pretexto para desmerecê-lo aos olhos do povo e condená-lo de uma vez por todas.
Com uma história fictícia, que, segundo eles, envolvia um problema teológico sem solução, esperam conseguir pôr à prova a prudência de Cristo e o seu conhecimento das Escrituras. Uma mulher, de acordo com as prescrições da Lei (cf. Dt 24, 5s), casara-se sucessivamente com sete irmãos. De qual deles, portanto, ela será esposa depois da ressurreição dos corpos?
A resposta de Jesus não poderia ser mais inusitada: “As pessoas deste mundo se casam. Contudo, as que são julgadas dignas de ter parte naquele mundo e na ressurreição dos mortos, lá não se casam”.
Jesus aponta aqui para uma realidade, estranha à mentalidade dos judeus, que se tornaria, não só comum, mas um dos traços distintivos do cristianismo: a virgindade por amor a Deus, ou seja, a perfeita continência sexual enquanto expressão e expectativa daquele matrimônio místico e espiritual que os justos contrairão com o Senhor, Esposo das almas.
De fato, todos fomos feitos para o casamento, segundo as palavras do Criador: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2, 18); o celibato, porém, ajuda-nos a lembrar que o verdadeiro e perpétuo casamento não é tanto o que se celebra entre os noivos neste mundo, cuja figura passa, quanto o que havemos de celebrar com Deus na glória do Céu.
Por isso, sejamos casados ou não nesta vida, todos temos de preparar-nos para o grande encontro, para as núpcias definitivas do Cordeiro imaculado.
Com que alma iremos comparecer ao banquete eterno: manchada, corroída pelo pecado, indigna de tão sublime Esposo ou, como deve ser, limpa, alvejada, exalando o suave odor da graça e do amor?
Padre Paulo Ricardo
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São Clemente I, o quarto Papa da Igreja Católica
Origens
São Clemente I é o terceiro sucessor de São Pedro como Bispo de Roma, depois de Lino e Anacleto. São Paulo o nomeia na Carta aos Filipenses: “Peço-vos que auxilieis também aqueles que, como Clemente e outros, comigo labutaram pelo Evangelho, cujos nomes estão escritos no livro da vida”. Com muito empenho, São Clemente regeu a Igreja de Roma dos anos 88 até 97.
Pontificado
São Clemente é conhecido na história da Igreja por uma Carta que se sobressai em seu pontificado. Trata-se de um documento de primeira grandeza, fundamental a favor do primado universal do Bispo de Roma: a Carta aos Coríntios. No texto, escrito no ano de 96, Clemente lamenta as adversidades que aconteceram devido à perseguição dos imperadores Domiciano e Nero.