
Dia 5– TERÇA-FEIRA
1ª SEMANA DO ADVENTO
(roxo, pref. do Advento I – ofício do dia)
Eis que o Senhor virá e com ele todos os seus santos, e naquele dia brilhará uma grande luz (Zc 14,5.7).
A promessa da vinda do Salvador acarreta a esperança de grandes transformações no mundo inteiro: “Todos os povos serão nele abençoados”. Cheios de gratidão, acolhamos o Senhor Jesus, a quem nos unimos para elevar nosso louvor ao Pai.
Primeira Leitura: Isaías 11,1-10
Leitura do livro do profeta Isaías – Naquele dia, 1nascerá uma haste do tronco de Jessé e, a partir da raiz, surgirá o rebento de uma flor. 2Sobre ele repousará o Espírito do Senhor: espírito de sabedoria e discernimento, espírito de conselho e fortaleza, espírito de ciência e temor de Deus; 3no temor do Senhor encontra ele seu prazer. Ele não julgará pelas aparências que vê nem decidirá somente por ouvir dizer, 4mas trará justiça para os humildes e uma ordem justa para os homens pacíficos; fustigará a terra com a força da sua palavra e destruirá o mau com o sopro dos lábios. 5Cingirá a cintura com a correia da justiça e as costas com a faixa da fidelidade. 6O lobo e o cordeiro viverão juntos, e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito; o bezerro e o leão comerão juntos, e até mesmo uma criança poderá tangê-los. 7A vaca e o urso pastarão lado a lado, enquanto suas crias descansam juntas; o leão comerá palha como o boi; 8a criança de peito vai brincar em cima do buraco da cobra venenosa; e o menino desmamado não temerá pôr a mão na toca da serpente. 9Não haverá danos nem mortes por todo o meu santo monte: a terra estará tão repleta do saber do Senhor quanto as águas que cobrem o mar. 10Naquele dia, a raiz de Jessé se erguerá como um sinal entre os povos; hão de buscá-la as nações, e gloriosa será a sua morada. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 71(72)
Nos seus dias, a justiça florirá / e paz em abundância, para sempre.
1. Dai ao rei vossos poderes, Senhor Deus, / vossa justiça ao descendente da realeza! / Com justiça ele governe o vosso povo, / com equidade ele julgue os vossos pobres. – R.
2. Nos seus dias, a justiça florirá / e grande paz, até que a lua perca o brilho! / De mar a mar estenderá o seu domínio, / e desde o rio até os confins de toda a terra! – R.
3. Libertará o indigente que suplica / e o pobre ao qual ninguém quer ajudar. / Terá pena do indigente e do infeliz, / e a vida dos humildes salvará. – R.
4. Seja bendito o seu nome para sempre! / E que dure como o sol sua memória! / Todos os povos serão nele abençoados, / todas as gentes cantarão o seu louvor! – R.
Evangelho: Lucas 10,21-24
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eis que virá o nosso Deus com poder e majestade. / E ele há de iluminar os olhos dos seus servos. – R.
Proclamação do santo Evangelho segundo Lucas – 21Naquele momento, Jesus exultou no Espírito Santo e disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 22Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. 23Jesus voltou-se para os discípulos e disse-lhes em particular: “Felizes os olhos que veem o que vós vedes! 24Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que estais vendo e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais ouvindo e não puderam ouvir”. – Palavra da salvação.
Meditação
PALAVRAS DO SANTO PADRE
A redenção, a revelação, a presença de Deus no mundo começam assim e sempre é assim. A revelação de Deus é feita na pequenez. A pequenez, tanto a humildade quanto… muitas coisas, mas na pequenez. Os grandes se apresentam como poderosos, pensemos na tentação de Jesus no deserto, como Satanás se apresenta poderoso, dono do mundo inteiro: “Eu te dou tudo, se tu…”. Em vez disso, as coisas de Deus começam brotando, de uma semente, pequenas. E Jesus fala dessa pequenez no Evangelho […]. Em uma comunidade cristã em que os fiéis, os sacerdotes, os bispos, não tomam esse caminho da pequenez, não há futuro, ela entrará em colapso. Vimos isso nos grandes projetos da história: cristãos que tentaram se impor, com força, grandeza, conquistas… Mas o Reino de Deus germina no pequeno, sempre no pequeno, a pequena semente, a semente da vida. Mas a semente sozinha não é sufuciente. E há algo mais que ajuda e que dá força: “Naquele dia, um ramo sairá do tronco de Jessé, um rebento brotará das suas raízes. Sobre ele repousará o espírito do Senhor”. (Homilia na Capela da Casa Santa Marta, 3 de dezembro de 2019)
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SANTO DO DIA
São Martinho de Dume, bispo

Origens
São Martinho de Dume nasceu na Panônia, atual Hungria, em 518. Ainda jovem, dirigiu-se para o Oriente, onde professou uma vida regular: estudou a língua grega e outras ciências eclesiásticas, em que muito cedo se distinguiu, até ser classificado, por Santo Isidoro, como ilustre na Fé e na Ciência. Gregório de Tours também o considerou um entre os homens insuperáveis do seu tempo.
O Retorno à Europa
Retornando do Oriente, dirigiu-se à Roma e França, onde travou conhecimento com as personagens mais eminentes em saber e santidade. Sobretudo, quis visitar o túmulo do seu homônimo e compatriota, São Martinho de Tours, que, desde então, considerava como seu patrono e modelo. Foi nesta época que São Martinho de Dume se encontrou com o rei dos Suevos, Charrarico, ao qual acompanhou para o noroeste da Península Ibérica, em 550. Ali, onde com restos do gentilismo e bastante ignorância religiosa se espalhara o Arianismo.
O Apostolado
Para acorrer a tantos males, não tardou Martinho em planejar e colocar em andamento seu vigoroso apostolado. Num mosteiro, edificado pelo mesmo rei, em Dume, ao lado de Braga, assenta o grande apóstolo dos suevos suas instalações como escola de monaquismo e base de irradiação catequética e missionária. A igreja do mosteiro é dedicada a São Martinho de Tours e foi sagrada em 558. O seu abade foi elevado ao episcopado pelo Bispo de Braga, já em 556, em atenção ao seu exímio saber e extraordinário zelo e santidade.
São Martinho de Dume: Padroeiro da Arquidiocese de Braga
Concílio de Braga
Com a subida ao trono do rei Teodomiro, em 559, consumava-se o regresso dos Suevos ao Catolicismo, deixando o Arianismo. Ilustre por tão preclaras prerrogativas, passa Martinho para a Sé de Braga, em 569, quando o Catolicismo nesta região gozava já de alto esplendor, o que tornou possível o 1° Concílio de Braga, em 561, no pontificado de João III. Em 572, foi Martinho a alma do 2° Concílio de Braga. Nesta altura, escreveu ele: “Com a ajuda da graça de Deus, nenhuma dúvida há sobre a unidade e retidão da fé nesta província”.
As Obras
São Martinho de Dume não esqueceu da importância e eficácia do apostolado da pena. Deixou assim várias obras sobre as virtudes monásticas, bem como matérias teológicas e canônicas.
Páscoa
Faleceu em 20 de março de 579, e foi sepultado na catedral de Dume. Desde 1606, as suas relíquias estão depositadas na Sé de Braga. Compusera para si, em latim, o seguinte epitáfio sepulcral, em que mostra a veneração que dedicava ao santo Bispo de Tours: “Nascido na Panônia, atravessando vastos mares, impelido por sinais divinos para o seio da Galiza, sagrado Bispo nesta tua igreja, ó Martinho confessor, nela instituí o culto e a celebração da Missa. Tendo-te seguido, ó Patrono, eu, o teu servo Martinho, igual em nome que não em mérito, repouso agora aqui na paz de Cristo”. Desde o ano de 1985, passou a ser padroeiro principal da arquidiocese de Braga.
Minha oração
“Grande condutor da Igreja, nesses tempos tão difíceis de apostasia e perda de valores, nós te rogamos que nos ajude a vencer todas as batalhas da atualidade, as tentações e provocações do inimigo. Que o Senhor nos conceda, por seu intermédio, a amizade divina. Amém.”
São Martinho de Dume, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 5 de dezembro
- Memória dos santos Frutuoso e Geraldo, bispos de Braga, em Portugal. ( c. 665; 1108)
- Em Tabessa, na Numídia, na atual Argélia, a paixão de Santa Crispina de Tagore, mãe de família. († 304)
- Perto de Jerusalém, São Sabas, abade. († 532)
- No cenóbio de São Pedro de Aquara, na Lucânia, hoje na Campânia, região da Itália, São Lúcido, monge. († c. 938)
- Em Mântua, na Lombardia, também região da Itália, o Beato Bartolomeu Fánti, presbítero da Ordem dos Carmelitas. († 1495)
- Em Londres, na Inglaterra, São João Almond, presbítero e mártir. († 1612)
- Em Scwerin, cidade da região de Mecklenburg, na Alemanha, o passamento do Beato Nicolau Stensen, bispo titular de Ticiópolis. († 1683)
- Em Turim, na Itália, o Beato Filipe Rináldi, presbítero da Sociedade Salesiana. († 1931)
- Em Guadalajara, na Espanha, o Beato Luís Martínez Alvarellos, religioso da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)
- Perto de Munique, na Baviera, região da Alemanha, o Beato Narciso Putz, presbítero e mártir. († 1942)
Fonte:
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Martirológio Romano
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova