
17 – QUINTA-FEIRA
BEM-AVENTURADO INÁCIO DE AZEVEDO, presbítero, E COMPANHEIROS, mártires
(vermelho, pref. comum, ou dos mártires – ofício da memória)
Ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua proclame: Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai (Fl 2,10s).
Nascido em Portugal em 1526, Inácio foi presbítero jesuíta e missionário no Brasil. Mais tarde voltou à sua terra para convocar outros para a mesma missão. Durante a viagem de volta ao Brasil, ele e seus 39 companheiros foram atacados por corsários anticatólicos e degolados. Corria o ano de 1570. À semelhança desses mártires, disponhamo-nos a ser mensageiros do amor de Deus junto a quem sofre sob os fardos da opressão e do desânimo.
Primeira Leitura: Êxodo 3,13-20
Leitura do livro do Êxodo – Naqueles dias, ouvindo a voz do Senhor do meio da sarça, 13Moisés disse a Deus: “Sim, eu irei aos filhos de Israel e lhes direi: ‘O Deus de vossos pais enviou-me a vós’. Mas, se eles perguntarem: ‘Qual é o seu nome?’, o que lhes devo responder?” 14Deus disse a Moisés: “Eu sou aquele que sou”. E acrescentou: “Assim responderás aos filhos de Israel: ‘Eu sou enviou-me a vós’”. 15E Deus disse ainda a Moisés: “Assim dirás aos filhos de Israel: ‘O Senhor, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó, enviou-me a vós’. Esse é o meu nome para sempre e assim serei lembrado de geração em geração. 16Vai, reúne os anciãos de Israel e dize-lhes: ‘O Senhor, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó, apareceu-me, dizendo: Eu vos visitei e vi tudo o que vos sucede no Egito. 17E decidi tirar-vos da opressão do Egito e conduzir-vos à terra dos cananeus, dos hititas, dos amorreus, dos ferezeus, dos eveus e dos jebuseus, a uma terra onde corre leite e mel’. 18Eles te escutarão e tu, com os anciãos de Israel, irás ao rei do Egito e lhe direis: ‘O Senhor, o Deus dos hebreus, veio ao nosso encontro. E agora temos que ir, a três dias de marcha no deserto, para oferecermos sacrifícios ao Senhor nosso Deus’. 19Eu sei, no entanto, que o rei do Egito não vos deixará partir se não for obrigado por mão forte. 20Por isso, estenderei minha mão e castigarei o Egito com toda sorte de prodígios que vou realizar no meio deles. Depois disso, o rei do Egito vos deixará partir”. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 104(105)
O Senhor se lembra sempre da Aliança.
1. Dai graças ao Senhor, gritai seu nome, / anunciai entre as nações seus grandes feitos! / Lembrai as maravilhas que ele fez, / seus prodígios e as palavras de seus lábios! – R.
2. Ele sempre se recorda da Aliança, / promulgada a incontáveis gerações; / da Aliança que ele fez com Abraão / e do seu santo juramento a Isaac. – R.
3. Deus deu um grande crescimento a seu povo / e o fez mais forte que os próprios opressores. / Ele mudou seus corações para odiá-lo, / e trataram com má-fé seus servidores. – R.
4. Então mandou Moisés, seu mensageiro, / e igualmente Aarão, seu escolhido; / por meio deles, realizou muitos prodígios / e, na terra do Egito, maravilhas. – R.
Evangelho: Mateus 11,28-30
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vinde a mim, todos vós que estais cansados, / e descanso eu vos darei, diz o Senhor (Mt 11,28). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, tomou Jesus a palavra e disse: 28“Vinde a mim, todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. 29Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. 30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. – Palavra da salvação.
As palavras dos Papas
O amor com que Jesus nos amou é humilde e tem caráter de serviço. “Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10, 45). Na véspera da paixão, antes da instituição da Eucaristia, Jesus lava os pés dos apóstolos e lhes diz: “Dei-vos o exemplo, para que, como eu vos fiz, também vós os façais” (Jo 13, 15). E em outra ocasião os adverte: “Aquele que dentre vós quiser ser grande, seja o vosso servidor, e aquele que quiser ser o primeiro dentre vós, seja o servo de todos” (Mc 10, 43-44). À luz deste modelo de humilde disponibilidade que chega até o definitivo “serviço” da cruz, Jesus pode convidar os discípulos: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11, 29). O amor ensinado por Cristo se expressa no serviço recíproco, que leva a sacrificar-se uns pelos outros, e cuja verificação definitiva está em oferecer a própria vida “pelos irmãos” (1 Jo 3, 16). É isso que São Paulo destaca quando escreve que “Cristo amou a Igreja e se entregou por ela” (Ef 5, 25). […] Com este sacrifício, derivado de seu amor por nós, Jesus Cristo completou sua missão salvífica. […] Esta verdade central da nova aliança constitui, ao mesmo tempo, o cumprimento do anúncio profético de Isaías a respeito do servo do Senhor: “Ele foi trespassado por causa das nossas transgressões… por suas feridas fomos curados” (Is 53, 5); “Ele levou sobre si os pecados de muitos” (Is 53, 12). Pode-se dizer que a redenção era a expectativa de toda a antiga aliança. (São João Paulo II, Audiência Geral de 31 de agosto de 1988)
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Beato Inácio de Azevedo e companheiros mártires

Origens
Nasceu em Portugal, no Porto, em 1527, filho de D. Emanuel e Dona Vielante, ambos descendentes de famílias lusitanas ricas e nobres. Recebeu cuidadosa educação e tornou-se o administrador dos bens familiares aos 18 anos de idade.
Companhia de Jesus
Após um retiro realizado em Coimbra, decidiu-se pela vida religiosa, entrando na Companhia de Jesus em 1548; era a idade dos grandes ideais, dos sonhos e das grandes esperanças. Revelou-se logo excelente religioso; suas austeridades tiveram de ser moderadas pelo seu provincial, o padre Simão Rodriguez. Não terminara, aos 26 anos de idade, o seu curso de teologia, quando foi nomeado reitor do Colégio Santo Antônio em Lisboa.
Tornou-se vice-provincial em 1556. Depois de terminados seus estudos, foi mandado a Braga para assessorar o bispo da cidade na reforma da diocese. Mais tarde, foi eleito por sua comunidade para ir a Roma para a eleição do novo responsável Geral.
Vida missionária
Assim, em 1565, este Geral, que outro não foi senão são Francisco Borja, confiou a Inácio a inspeção das missões das Índias e do Brasil. Essa visita durou cerca de três anos. A evangelização do Brasil começara há apenas 16 anos, mas a Companhia de Jesus já estava em sete tribos do interior e no litoral possuía escolas e seminários. Em seu relatório, Inácio pedia reforços. São Francisco de Borja ordenou-lhe que recrutasse em Portugal e na Espanha elementos para o Brasil, e que os chefiasse.