
DIA 5 – QUARTA-FEIRA
São Zacarias e Santa Isabel (pais de São João Batista – memória opcional)
31ª SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)
Não me abandoneis, Senhor, meu Deus, nem fiqueis longe de mim! Vinde em meu auxílio, ó Senhor, força da minha salvação! (Sl 37,22s)
Por mais que amemos a Deus e ao próximo, ainda estaremos devendo amor. Para andar com Jesus, é preciso amá-lo acima de tudo, renunciar ao supérfluo e carregar a cruz junto com ele.
Primeira Leitura: Romanos 13,8-10
Leitura da carta de São Paulo aos Romanos – Irmãos, 8não fiqueis devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo – pois quem ama o próximo está cumprindo a Lei. 9De fato, os mandamentos: “Não cometerás adultério”, “Não matarás”, “Não roubarás”, “Não cobiçarás” e qualquer outro mandamento se resumem neste: “Amarás a teu próximo como a ti mesmo”. 10O amor não faz nenhum mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento perfeito da Lei. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 111(112)
Feliz quem tem piedade e empresta!
1. Feliz o homem que respeita o Senhor / e que ama com carinho a sua lei! / Sua descendência será forte sobre a terra, / abençoada a geração dos homens retos! – R.
2. Ele é correto, generoso e compassivo, / como luz brilha nas trevas para os justos. / Feliz o homem caridoso e prestativo, / que resolve seus negócios com justiça. – R.
3. Ele reparte com os pobres os seus bens, † permanece para sempre o bem que fez, / e crescerão a sua glória e seu poder. – R.
Evangelho: Lucas 14,25-33
Aleluia, aleluia, aleluia.
Felizes sereis vós se fordes ultrajados por causa de Jesus, / pois repousa sobre vós o Espírito de Deus (1Pd 4,14). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 25grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: 26“Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim não pode ser meu discípulo. 28Com efeito, qual de vós, querendo construir uma torre, não senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, 29ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: 30‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’ 31Ou ainda, qual o rei que, ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se, com dez mil homens, poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? 32Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar as condições de paz. 33Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!” – Palavra da salvação.
As palavras dos Papas
No Evangelho de hoje Jesus insiste sobre as condições para ser seus discípulos: nada antepor ao amor por Ele, carregar a própria cruz e segui-lo. De fato, muitas pessoas aproximam-se de Jesus, queriam fazer parte dos seus seguidores; e isto acontecia sobretudo depois de alguns sinais prodigiosos, que o acreditavam como o Messias, o Rei de Israel. Mas Jesus não quer iludir ninguém. Ele bem sabe o que o espera em Jerusalém, qual é o caminho que o Pai lhe pede que percorra: é o caminho da cruz, do sacrifício de si mesmo pelo perdão dos nossos pecados. Seguir Jesus não significa participar num cortejo triunfal! Significa partilhar o seu amor misericordioso, entrar na sua grande obra de misericórdia para cada homem e para todos os homens. A obra de Jesus é precisamente uma obra de misericórdia, de perdão, de amor! Como Jesus é misericordioso! E este perdão universal, esta misericórdia, passa através da cruz. Mas Jesus não quer cumprir esta obra sozinho: quer envolver também a nós na missão que o Pai lhe confiou. (…) O discípulo de Jesus renuncia a todos os bens porque encontrou n’Ele o Bem maior, no qual qualquer outro bem recebe o seu pleno valor e significado: os vínculos familiares, as outras relações, o trabalho, os bens culturais e económicos e assim por diante… O cristão desapega-se de tudo e encontra tudo na lógica do Evangelho, a lógica do amor e do serviço. (Papa Francisco, Angelus de 8 de setembro de 2013)
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São Zacarias e Santa Isabel

Zacarias e Isabel aparecem no primeiro capítulo do Evangelho de São Lucas, que relata:
“Havia, no tempo de Herodes, rei da Judeia, um sacerdote chamado Zacarias, da classe de Abias; a sua mulher pertencia à descendência de Aarão e se chamava Isabel. Ambos eram justos diante de Deus e caminhavam irrepreensíveis em todos os mandamentos e ordens do Senhor. Mas não tinham filhos, pois Isabel era estéril, e ambos eram de idade avançada” (Lucas 1,5-7).
Pelo próprio relato bíblico, descobrimos que viviam na aldeia de Ain-Karim (situada a poucos quilômetros de Jerusalém), e que tinham laços de parentesco com a Sagrada Família de Nazaré. Zacarias é descrito como um sacerdote, ou seja, aquele responsável por unir o povo a Deus. Isabel era descendente de Aarão, o maior sacerdote que já existiu. O Evangelho de Lucas os descreve como justos, irrepreensíveis e fiéis aos mandamentos do Senhor.
O matrimônio de Zacarias e Isabel não foi agraciado com o nascimento de um filho, pois Isabel era estéril, e ambos eram de idade avançada. Naquele tempo, não gerar um filho era tido como uma das piores desgraças, sendo vergonhoso e quase que um castigo divino para a sociedade. Entretanto, a união do casal era sólida, e ambos amavam e viviam a retidão, recorrendo sempre à força da oração.
Certo dia, enquanto Zacarias rezava no Templo, foi visitado pelo anjo de Deus, que o convidou a colocar-se dentro do projeto de salvação e ser pai do precursor, aquele que prepararia a chegada do Messias para a salvação do mundo. “Não tenhas medo, Zacarias, porque foi ouvida tua oração; Isabel, tua mulher, vai te dar um filho a quem darás o nome de João. Ficarás alegre e contente e todos se alegrarão com seu nascimento” (Lucas 1,13-14).
Embora piedoso, Zacarias pediu ao anjo de Deus uma prova. Por este motivo, ficou mudo até o nascimento do filho. Isabel ficou grávida e retirou-se ao silêncio e à oração, aguardando o nascimento do filho. Maria, sua prima, ao receber do mesmo anjo, o anúncio de sua divina maternidade, ficou ciente da gravidez de Isabel. Partiu então às pressas para prestar assistência nos preparativos do parto.
No oitavo dia do nascimento, o menino foi circuncidado, como havia revelado o Anjo. A língua de Zacarias se soltou e ele voltou a falar, confirmando que o nome de seu filho seria João, um menino com papel singular na história da Salvação da humanidade: “Pois ele será grande perante o Senhor…e será repleto do Espírito Santo desde o seio de sua mãe (Santa Isabel). Ele reconduzirá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus” (Lucas 1,15s).
Quando Zacarias voltou a falar, pronunciou muitas palavras de louvores a Deus, “o Benedictus”, também conhecido como “Cântico de Zacarias”. Após o Salmo profético de São Zacarias pelo nascimento do filho, perdemos o contato com a vida do casal, que, sem dúvida, permaneceram fiéis ao Senhor até o fim de suas vidas. Assim, a Igreja, tanto do Oriente quanto do Ocidente, reconhecem o exemplo deste casal para todos os casais, já que “ambos eram justos diante de Deus e cumpriram todos os mandamentos e observâncias do Senhor” (Lucas 1,6).
São Zacarias e Santa Isabel, rogai por nós!
