Uma explicação tradicional da Missa, feita por um monge beneditino, liturgista, escritor e editor do Missal Tridentino para a Missa com o povo e do Missal Quotidiano para os fiéis: Dom Gaspar Lefebvre, OSB, traduzido pelos Monges Beneditinos de Singeverga, Portugal
O SACRIFÍCIO DA MISSA nada menos é do que o mesmo Sacrifício do Calvário perpetuado nos nossos Altares. Cometido o Pecado Original, que para sempre afastava o homem de Deus, só o Sacrifício de Jesus Cristo, Homem-Deus, restabeleceria no homem a capacidade de render à Majestade Divina, com a reparação da Culpa, aquele preito que toda criatura deve ao Criador. Como fulcro central da Religião, a Missa significa a atualização, levada a efeito pela Igreja, do Sacrifício de Cristo sobre a Cruz, sucesso primacial, único ato Redentor, posto no centro da História uma vez por todas, mas cuja Presença, desta sorte, perdurará na sucessão dos tempos.
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1. Há que se deixar claro, por cautela aos leitores menos dedicados e apressados, o que o autor quis dizer por “a separação do Corpo e do Sangue de Cristo, representada pelo pão e pelo vinho separados” [sic]. A Missa não é uma representação do Calvário, é o próprio Calvário, assim sendo o que o Corpo e o Sangue, verdadeiro Corpo e Sangue de Cristo, representam sobre o altar, uma vez que estão separados em recipientes diferentes – o Corpo sobre a patena e no cibório; e o Sangue no Cálice -, é a separação do Corpo e do Sangue de Cristo que se operou na Cruz, embora quem comunga o Corpo comunga o Corpo e o Sangue; quem comunga o Sangue, comunga o Sangue e o Corpo, porque em ambos Cristo é total. É esta a verdadeira, e corretíssima, noção de “representar”, que não é mera encenação, mas um símbolo do rito romano, verdadeiro que o próprio Cristo instituiu.
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Fontes:
• MISSAL ROMANO COTIDIANO por Dom Gaspar Lefebvre e os monges beneditinos de Sto. André traduzido pelos monges beneditinos de Singeverga com a colaboração do Revmo. Côn. S. Martins dos Reis. Biblica Bruges: Belgica, 1963.
• Missa Gregoriana em Portugal e no mundo, disp. em:
http://missatridentinaemportugal.blogspot.com.br/2011/04/compenetracao-na-liturgia-da-santa.html
Acesso 3/9/016