Nenhuma discussão sobre a existência de Deus pode ignorar as evidências da ressurreição de Cristo
Você pode muito bem apresentar os seus cinco argumentos filosóficos para defender a existência de Deus. Se eles funcionam para você, ótimo. Mas eu sempre achei que os cinco argumentos filosóficos para a existência de Deus envolvem um jogo mental de abstração que não é exatamente o que satisfaria aqueles que pedem “provas” da existência divina.
Você sabe, afinal, que os ateus gostam de perguntar: “Cadê as provas da existência de Deus?” – e, de fato, argumentos filosóficos não são “provas” propriamente ditas. Eles ajudam bastante a fazer as perguntas e reflexões mais pertinentes e intrigantes, é claro, mas ainda permanecem mais no domínio do abstrato.
Por isso, quando os ateus me pedem provas, eu também peço que eles sejam mais concretos:
“Que tipo de prova ou evidência você quer?”
Estranhamente, eles parecem ficar perplexos com a minha pergunta.
Então eu prossigo, esmiuçando a pergunta para eles:
“Você quer provas forenses? Provas documentais? Evidências arqueológicas? Evidências botânicas e biológicas? Evidências fotográficas? Evidências lógicas? Provas históricas? Testemunhos oculares? Provas legais?”
Todas essas evidências da existência de Deus existem, mas, antes de ir a elas diretamente, é necessário jogar um pouco daquele “jogo mental de abstração”. Vamos lá.
Se Deus não existe, então a ordem natural tem que ser um sistema fechado – ou seja, a ordem natural tem que funcionar de acordo com as regras da própria natureza. Não pode haver milagres nela, porque milagre significa uma força de fora da natureza e, portanto, independente e maior que a natureza. Por isso mesmo, se acontecesse apenas um milagre, um único milagre, então já significaria que a natureza não é um sistema fechado e que existe uma força maior que ela e fora dela. Se esse milagre fosse inteligível, isto é, se fizesse sentido a sua ocorrência, então essa força que é maior que a natureza seria também inteligente, e, se é inteligente, então é mais que uma “força”: é um “Alguém”. É mais que um “quê”: é um “Quem”. A “força” teria rosto.
Pois bem: há um milagre que os cristãos afirmam acima de qualquer outro – a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. Toda a argumentação sobre a existência de Deus fica muito mais interessante quando parte das evidências da ressurreição. As conversas com os ateus, portanto, deveriam começar por este milagre.
Ao considerarmos a afirmação de que Jesus Cristo ressuscitou dos mortos, temos apenas três possibilidades de encará-la.
- Primeira: Jesus não morreu de verdade – portanto, a “ressurreição” foi apenas uma forma de “reanimação”.
- Segunda: Ele morreu, sim, mas o seu corpo desapareceu de alguma forma.
- Terceira: as testemunhas da ressurreição foram iludidas ou elas próprias mentiram.
Se Jesus não morreu de verdade, então temos de supor que os executores romanos profissionais – que faziam o seu trabalho em público – se enganaram. Temos de acreditar, ainda, que os inimigos de Jesus, que estavam lá justamente para se certificar de que Ele tinha morrido, também se enganaram. Temos de acreditar, além disso, que, depois de ser açoitado com chicotes que rasgaram a sua carne e de ser pregado a uma cruz, Jesus ainda sobreviveu a um golpe de lança, desferido por um executor treinado, que trespassou o seu corpo. Mesmo que Ele tenha sobrevivido, ainda temos de acreditar que, um ou dois dias depois de ser sepultado como supostamente morto, Ele já estava forte o suficiente para rolar uma pedra de várias toneladas, que fora posta à entrada do sepulcro exigindo todo um grupo de homens fortes para movê-la, e saiu cambaleando, nu, jardim afora. Então os discípulos, ao verem aquele pobre ser humano, gritaram: “Isso é uma ressurreição! Vamos começar uma nova religião!”.
Agora, se Jesus morreu de fato, precisamos então explicar o que aconteceu com o seu corpo. Será que os discípulos roubaram o corpo? Por que eles fariam isso? Para fingir que tinha acontecido um milagre no qual ninguém de juízo perfeito acreditaria? Meros dois dias antes, eles estavam se escondendo como coelhos assustados e, de repente, teriam se reunido e planejado a Missão Impossível? Ou não será que animais devoraram o corpo de Jesus jogado ao lixo? Isto não confere com o que se sabe dos costumes judaicos de sepultamento nem com os relatos históricos de que os amigos de Jesus pediram o seu corpo e as autoridades o entregaram a eles. Será que os discípulos foram ao túmulo errado? Neste caso, não seria mais fácil eles apenas dizerem “Opa, túmulo errado” em vez de “Ressuscitou!”? Ou será que o homem que tinha sido crucificado não era mesmo Jesus? Ora, mas todos os seus inimigos estavam lá para vê-lo carregar a cruz, ser crucificado, ficar exposto na cruz durante horas, morrer e ser deposto da cruz. Ninguém teria notado que não era Ele?
A única possibilidade que resta é a de que os discípulos tenham sido enganados ou iludidos para acreditar na ressurreição, ou que eles tenham inventado uma mentira. Todos eles e mais todas as centenas de outras pessoas que declararam ter visto Jesus vivo depois da crucificação e do sepultamento. Teriam todos eles se encontrado às escondidas para alinhar uma história forjada? Nesse caso, eles teriam que manter a sua mentira a ponto de ser torturados e mortos por causa dela. Você faria isso? Todos eles fariam isso, sem que nenhum afrouxasse? Por quê? Para ganhar o quê?
Quando confrontados com estes questionamentos, os ateus, em sua maioria, simplesmente dão de ombros: “Ah, mas tem muitas coisas estranhas no mundo e não temos resposta para tudo”. Opa! Esperem aí: o peso da história e das evidências reunidas exige um veredito. Se os ateus exigiram evidências e as evidências foram fornecidas, então eles devem dar uma resposta diante delas.
E mais uma coisa: você se lembra de que eu falei de evidências botânicas, biológicas, históricas, forenses, fotográficas, científicas, físicas e arqueológicas da ressurreição?
Pois é: o Santo Sudário de Turim – não, não há nenhuma prova científica real e taxativa contra a autenticidade do Santo Sudário. Muito pelo contrário… Mas isso pede um artigo bem mais longo do que este.
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Fonte: aleteia.org/pt