DIA 9 – SÁBADO
1ª SEMANA DO ADVENTO
(roxo, pref. do Advento I ou IA – ofício do dia)
Vinde, Senhor, que estais sentado acima dos querubins; mostrai-nos a vossa face, e seremos salvos (Sl 79,4.2).
O tempo de Advento infunde em nós um sopro de esperança, porque o Senhor vai “curar a ferida de seu povo”. Preparemos nosso interior para acolher Jesus, que vem carregado de abundantes dons e nos quer ensinar seu olhar cheio de compaixão.
Primeira Leitura: Isaías 30,19-21.23-26
Leitura do livro do profeta Isaías – Assim fala o Senhor, o santo de Israel: 19“Povo de Sião, que habitas em Jerusalém, não terás motivo algum para chorar: ele se comoverá à voz do teu clamor; logo que te ouvir, ele atenderá. 20O Senhor decerto dará a todos o pão da angústia e a água da aflição, não se apartará mais de ti o teu mestre; teus olhos poderão vê-lo 21e teus ouvidos poderão ouvir a palavra de aviso atrás de ti: ‘O caminho é este para todos, segui por ele, sem desviar-vos à direita ou à esquerda’. 23Ele te dará chuva para a semente que tiveres semeado na terra, e o fruto da terra será abundante e rico; nesse dia, o teu rebanho pastará em vastas pastagens, 24teus bois e os animais que lavram a terra comerão forragem salgada, limpa com pá e peneira. 25Haverá em toda montanha alta e em toda colina elevada arroios de água corrente, num dia em que muitos serão mortos com o desabamento de seus torreões. 26A lua brilhará como a luz do sol, e o sol brilhará sete vezes mais, como a luz de sete dias, no dia em que o Senhor curar a ferida de seu povo e fizer sarar a lesão de sua chaga”. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 146(147A)
Felizes são aqueles que esperam no Senhor!
1. Louvai o Senhor Deus, porque ele é bom, † cantai ao nosso Deus, porque é suave: / ele é digno de louvor, ele o merece! / O Senhor reconstruiu Jerusalém / e os dispersos de Israel juntou de novo. – R.
2. Ele conforta os corações despedaçados, / ele enfaixa suas feridas e as cura; / fixa o número de todas as estrelas / e chama a cada uma por seu nome. – R.
3. É grande e onipotente o nosso Deus, / seu saber não tem medida nem limites. / O Senhor Deus é o amparo dos humildes, / mas dobra até o chão os que são ímpios. – R.
Evangelho: Mateus 9,35-10,1.6-8
Aleluia, aleluia, aleluia.
É o Senhor nosso juiz e nosso rei. / O Senhor legislador nos salvará (Is 33,22). – R.
Proclamação do santo Evangelho segundo Mateus – Naquele tempo, 35Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade. 36Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: 37“A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38Pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!” 10,1E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem todo tipo de doença e enfermidade. Enviou-os com as seguintes recomendações: 6“Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! 7Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. 8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!” – Palavra da salvação.
Meditação
PALAVRAS DO SANTO PADRE
«Anunciai que o Reino dos Céus está próximo» (Mt 10, 7). É o mesmo anúncio com que Jesus deu início à sua pregação: o Reino de Deus, isto é, o seu senhorio de amor, aproximou-se, vem entre nós. E não se trata apenas de uma notícia entre outras, mas da realidade fundamental da vida: a proximidade de Deus, a proximidade de Jesus! Com efeito, se o Deus dos Céus está próximo, não estamos sozinhos na terra e não perdemos a confiança nem sequer no meio das dificuldades. Eis a primeira coisa a dizer às pessoas: Deus não está distante, é Pai. […]
Anunciar que Deus está próximo. Mas como o fazer? No Evangelho, Jesus recomenda que não se digam muitas palavras, mas que se façam muitos gestos de amor e de esperança em nome do Senhor; não dizer muitas palavras, mas fazer gestos: «Curai os doentes, diz, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demónios. Recebestes de graça, de graça dai» (Mt 10, 8). Eis o cerne do anúncio: o testemunho gratuito, o serviço.
(Angelus de 18 de junho de 2023)
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Por que precisamos de pastores?
“Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: ‘Pedi ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!’”
O Evangelho de hoje nos mostra a compaixão de Jesus para com o povo, feito como “ovelhas sem pastor” (v. 36). É importante lembrar que Deus, no Antigo Testamento, preparou o seu povo, e Ele, como Pastor dos pastores, recorda-nos no salmo: “O Senhor é o pastor que nos conduz” (cf. Sl 22).
Ora, por que o pastor é necessário? Porque as ovelhas são animais indefesos que podem desviar-se facilmente, cair em perigos, abismos e ser atacados por lobos. Daí ser necessário um pastor disposto a colocar a vida em risco para protegê-las dos perigos, estar com elas e orientá-las. A voz do pastor é importante, e a ovelha tem a capacidade de distinguir a voz e o chamado dele para ir ao lugar a que o pastor a convoca. Pois bem, essa realidade é um símbolo para dizer que “Deus é o verdadeiro pastor de Israel”.
No entanto, no Antigo Testamento, Deus instituiu certos ungidos, “cristos” encarregados de conduzir o mesmo povo. Quem eram esses “cristos”? Eram os sacerdotes, os profetas e os reis. Eram três classes, três funções de ungidos pelo Espírito Santo, ungidos por Deus para guiar o povo: o sacerdote na santificação, nos sacrifícios, na oração e na intercessão; os profetas, dando ao povo a palavra que vinha diretamente de Deus; e os reis, governando, pondo a todos em ordem e protegendo-os dos perigos que tinham de enfrentar.
Ora, acontece que esses ungidos, esses “cristos” do Antigo Testamento, foram quase todos caducando pouco a pouco, porque não corresponderam ao chamado de Deus. O profeta Ezequiel traduziu claramente a lamentação de Deus pelos pastores de Israel, que, ao invés de servirem as ovelhas, se serviam delas. Jesus, aqui, vê a mesma realidade: os líderes religiosos de sua época maltratavam o povo, disperso como ovelhas sem pastor, presas de Satanás. Jesus é o arquipastor, para usar a linguagem da Primeira Carta de São Pedro, o Pastor supremo que vem cuidar do seu povo e dar a vida pelas ovelhas. É isso que diz o próprio Jesus no capítulo 10 do evangelho de São João.
No entanto, Jesus nos recorda no Evangelho de hoje que Ele não quer desempenhar essa função sozinho. Ele quer instrumentos, novos pastores, ou seja, os sacerdotes do Novo Testamento. Ele diz: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos; pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita” (v. 38). E chamando os Doze, “deu-lhes poder, enviou-os para ensinar” (cf. Mt 10).
Notemos como Jesus instituiu esses novos pastores. Ao longo dos séculos, a Igreja, que, com a providência de Cristo, sempre teve pastores, também teve seus momentos de crise, principalmente quando os pastores falham na sua missão. Estamos vivendo um período semelhante, em que, infelizmente, os que deveriam ser pastores não têm a intimidade e a amizade com Cristo necessárias ao seu serviço. Assim, o povo termina sem quem lhes oriente, aponte o caminho, diga o que é o certo e errado, ensine o que fazer para salvar a própria alma… Parece que, de fato, vivemos um tempo de castigo, com ausência de pastores e muitas ovelhas tresmalhadas.
Como resolver o problema? Nosso Senhor no-lo diz no Evangelho: “Pedi, pois, ao Senhor da messe”. Peçamos a Deus insistentemente sacerdotes segundo o Sagrado Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria. Sim, porque o sacerdote é uma forma da presença de Deus, é um advento de Deus. Um bom padre é um advento de Deus, é uma parousia do Senhor, é uma presença divina na vida dos outros.
Rezemos, supliquemos, peçamos sacerdotes conforme o Coração de Deus!
Padre Paulo Ricardo
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SANTO DO DIA
São Juan Diego Cuauhtlatoatzin e a Nossa Senhora de Guadalupe

Origens
São Juan Diego nasceu em 1474, em Cuauhtitlan, no México. Antes de ser batizado, tinha o nome de Cuauhtlatoatzin. Recebeu o nome de Juan Diego, pois o hábito dos missionários era dar o nome de “João” a todos os batizados. De origem pobre, Juan pertencia à mais baixa casta do Império Asteca.
A Conversão
Atraído pela doutrina franciscana, que chegou ao México em 1524, Juan converteu-se e foi batizado junto com sua esposa. O missionário responsável por sua evangelização foi Frei Toríbio de Benavente.
O Longo Percurso
São Juan Diego tinha o costume de realizar um percurso de vinte quilômetros para participar da Santa Missa em Tlatelolco. Tirava proveito das celebrações para aumentar sua instrução religiosa e também para venerar a Virgem Maria.
São Juan Diego Cuauhtlatoatzin: o homem querido pela Virgem Maria
Homem Simples
Reconhecido como um homem piedoso e de intensa espiritualidade, era amigo da oração e concentrado na meditação dos mistérios religiosos. Andava descalço e vestia, nas manhãs frias, uma roupa de tecido grosso de fibra de cactos como um manto, chamado tilma ou ayate, como todos de sua classe social.
A Viuvez
Ficou viúvo, em 1529, após a morte de sua esposa, Maria Lúcia. Ele ficou doente e acabou não suportando. Foi então morar com seu tio, diminuindo a distância da igreja para nove milhas.
A Primeira aparição de Nossa Senhora de Guadalupe
No dia 9 de dezembro de 1531, por volta de três horas e meia, durante uma de suas idas à igreja, em Tepeyac, ocorreu a primeira aparição de Nossa Senhora de Guadalupe. O local hoje é chamado de “Capela do Cerrinho”, onde a Virgem Maria o chamou em sua língua nativa, nahuatl, dizendo: “Joãozinho, João Dieguito”, “o mais humilde de meus filhos”, “meu filho caçula”, “meu queridinho”.
O Pedido de Nossa Senhora de Guadalupe
Encarregado pela Virgem Maria, foi pedir ao bispo, o franciscano João de Zumárraga, para construir uma igreja no lugar da aparição. O bispo não se convenceu, então, Ela sugeriu que Juan Diego insistisse. No dia seguinte, domingo, voltou a falar com o bispo, que pediu provas concretas sobre a aparição.
O Manto coberto de rosas e a Imagem de Nossa Senhora de Guadalupe
O Milagre
No dia 12 de dezembro de 1531, Juan estava indo à cidade quando a Virgem apareceu e o consolou. Em seguida, mandou que ele fosse no alto da colina de Tepeyac e colhesse flores para ela. “No píncaro da colina, encontrarás a surpresa de flores desabrochadas. Só tens de as colher e trazê-las aqui. Vai, espero por ti!”. Apesar do frio, ele encontrou lindas flores, que colheu, colocou no seu manto e levou para Nossa Senhora. Ela pediu que Juan as entregasse ao bispo como prova da aparição. Diante do bispo, Juan Diego abriu sua túnica, as flores caíram e no tecido apareceu impressa a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe. O bispo e todos os presentes ajoelharam-se diante deste milagre.
Páscoa
Após o milagre de Guadalupe, Juan foi morar numa sala ao lado da capela que acolheu a sagrada imagem. Dedicou o restante de sua vida propagando as aparições de Guadalupe aos seus conterrâneos nativos, que se converteram. Juan Diego faleceu no dia 3 de junho de 1548, aos 74 anos.
Via de Santificação
São Juan Diego foi beatificado em 6 de maio de 1990, pelo Papa João Paulo II, no México. Durante a canonização de Juan Diego, em 31 de julho de 2002, João Paulo II designou a festa litúrgica para o dia 9 de dezembro, dia da primeira aparição de Nossa Senhora de Guadalupe, e em louvor a São Juan Diego pela sua simples fé nutrida pelo Catecismo, como um modelo de humildade para todos nós.
Minha oração
“Homem escolhido por Maria para ser seu representante e porta-voz, dai a nós a simplicidade e humildade necessárias para agradar o coração de Deus, assim como o amor e o zelo com a Virgem Maria e sua mensagem. Amém.”
São Juan Diego, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 09 de dezembro
- Em Toledo, na Hispânia, Santa Leocádia, virgem e mártir. († c. 304)
- Em Pavia, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália, São Siro, primeiro bispo da cidade. († s. IV)
- Em Nazianzo, na Capadócia, na hodierna Turquia, Santa Gorgónia, mãe de família.(† c. 370)
- No mosteiro de Genouillac, junto de Périgueux, na Gália, atualmente na França, São Cipriano, abade, ilustre pela dedicação aos enfermos. († s. VI)
- Em Yatsushiro, no Japão, os beatos Simão Takeda Gohyoe, Joana Takeda, Inês Takeda, Madalena Minami e Luís Minami, mártires.(† 1603)
- Junto ao rio Meno, na Baviera, região da Alemanha, o Beato Libório Wagner, presbítero e mártir. († 1631)
- Em Gray, na Borgonha, hoje na França, onde se tinha acolhido ao ser exilado, o passamento de São Pedro Fourier, presbítero, que, restaurou os Cónegos Regrantes do Nosso Salvador e fundou o Instituto das Canonisas Regrantes de Nossa Senhora. († 1640)
- Em Moricone, na Sabina, hoje no Lácio, região da Itália, o Beato Bernardo Maria de Jesus , presbítero da Congregação da Paixão.(† 1911)
- Em Llombay, localidade da província de Valência, na Espanha, o Beato José Ferrer Esteve, presbítero da Ordem dos Cónegos Regrantes das Escolas Pias e mártir. († 1936)
- Em Picadero de Paterna, também na província de Valência, os beatos Recaredo de los Rios Fabregat, Julião Rodríguez Sánchez e José Giménez López, presbíteros da Sociedade Salesiana e mártires. († 1936)
- Em Barcelona, na Espanha, o Beato Agápio José, religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir. († 1936)
Fonte:
- Martirológio Romano
- Vaticannews.va
- Vatican.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova