Santa Maria de Jesus Crucificado (ou Santa Miriam)
Santa Maria de Jesus Crucificado, nascida em Abellin, Galileia, perto de Belém em 05 de Janeiro de 1846, faleceu em Nazaré em 26 de Agosto de 1878. A carmelita dos dons extraordinários. O nascimento de Mirian foi cercado de prodígios. Seus pais, depois de muitos anos de casados, alimentavam o desejo de ter filhos.
Árabes, profundamente católicos, do rito Grego-católico, de fé inquebrantável, em uma peregrinação que fazem a Belém, pedem a São José, de quem eram grandes devotos, a graça de ter filhos.
Nosso Grande Santo lhes dá a graça de ter, não um, mas dois filhos: Miriam e Paulo. Mirian nasce em 05 de Janeiro, véspera da Epifania (festa dos Santos Reis Magos), dia em que se trocam presentes na Galileia (não no Natal), assim Mirian vem como um presente dos céus aos seus pais.
Aos três anos de idade, já órfã, Mirian vai com os tios para o Egito, separando-se assim de seu irmãozinho, a quem nunca mais vê. Logo depois de sua primeira comunhão, começam-lhes ocorrer sinais extraordinários.
Ainda morando com seus tios no Egito, uma vez lhes deram alguns peixes envenenados, Mirian logo alertou a todos sobre o veneno, ao que não lhe dão crédito. A insistência de Mirian faz com que dêem um pouco de peixe para um cachorro comer, para tirarem à prova, o pobre animal caiu morto; assim, todos vão descobrindo que Mirian possui algo de sobrenatural. À medida que cresce, Mirian vai alimentando em si um desejo muito grande de consagrar-se a Deus; todavia, os tios comprometem-na em casamento.
Não querendo casar-se, de forma alguma, Mirian corta o cabelo, o que para os costumes de sua comunidade é uma afronta à família do noivo. Assim, ela se livra do compromisso.
Mirian, afirma, categoricamente, sua fé em Jesus Cristo, único e Verdadeiro Deus. Essa notícia se espalha e um jovem muçulmano encolerizado pelas afirmações de Mirian, ataca-a e com um golpe de adaga corta-lhe a garganta profundamente; tendo-a por morta, atiram-na em um descampado fora da cidade. Isso aconteceu no dia 7 de Setembro de 1858, quando Mirian tinha 12 anos. Sobre esse fato, ela mesma conta: – “Estando morta, fui ao céu, onde me encontrei com a Virgem Maria, os anjos e os santos me receberam com grande amabilidade, e meus pais estavam também lá. Vi o brilhante trono da Santíssima Trindade e Jesus em sua humanidade, não havia sol, nem lâmpadas, pois tudo brilhava como luz. Logo alguém me falou que meu livro ainda não tinha sido totalmente escrito”.
Ao voltar a si, viu que estava em uma gruta, sendo cuidada por uma mulher vestida de azul, que profetizou que primeiro Mirian seria filha de São José, depois de Santa Teresa de Jesus. Mirian reconheceu que a mulher de azul era, de fato, a Virgem Maria.
Mirian entra na Congregação das Irmãs de São José da Aparição em 1865, em Marselha – França; todavia, dois anos depois, sendo ainda postulante, devido aos dons sobrenaturais que possuía, as irmãs, suas formadoras, julgaram ser mais apropriado que ela estivesse recolhida em um mosteiro de contemplativas, encaminham-na para o Carmelo de Pau – França, em 27 de Julho de 1867. Cumpre-se assim a profecia da Senhora de Azul.
Seu nome no Carmelo será Maria de Jesus Crucificado. Todos se impressionavam com a humildade de Irmã Maria de Jesus Crucificado, e os dons extraordinários que Deus lhe dotou, êxtase, rapto, visões, profecia, bilocação, cura, levitação, visões, além de ter recebido a graça dos estigmas de Nosso Senhor.
Em agosto de 1870, Irmã Maria parte para o que será sua primeira fundação carmelita, fará parte da primeira comunidade de um Carmelo na Índia, mas devido aos seus dons extraordinários retorna dois anos depois a Pau – França. Nosso Senhor, no entanto, lhe pede para fundar um Carmelo na Terra Santa, em Belém, revelando-lhe os detalhes da obra, local, medidas, etc. e dando-lhe todas as condições materiais para realizá-lo. Assim, em 1876, quatro anos após ter regressado da Índia, funda o primeiro Mosteiro Carmelita Descalço na Terra Santa, em Belém.
Tinha projeto de construir mais um mosteiro na Terra Santa, em Nazaré; todavia, trabalhando na construção do mosteiro de Belém, caiu ao transportar argamassa, machucando o braço que gangrenou, levando-lhe à morte, em 26 de agosto de 1878. Sua vida de entrega a Deus foi tão grandiosa, que mesmo em sua humildade e simplicidade, falava das coisas de Deus como se fosse um grande teólogo, principalmente sobre a Santíssima Trindade. Irmã Maria de Jesus Crucificado foi beatificada por João Paulo II em 13 de Outubro de 1983 e canonizada pelo então Papa João Paulo II aos 17 de maio de 2015.
«Nela, tudo nos fala de Jesus», dizia na ocasião João Paulo II e alegramo-nos que esta flor da Terra Santa seja dada como exemplo à Igreja universal e, em particular, do Médio e Próximo Oriente. É uma grande alegria, um sinal de esperança e de apoio para os cristãos do Oriente!
Fonte: https://www.carmelodesantos.com.br
São José de Calasanz, Padroeiro das Escolas Populares
Origens
São José de Calasanz nasceu em 31 de julho de 1558, na cidade de Aragão, Espanha, em uma família nobre e muito religiosa. Ele foi educado no rigor do respeito aos mandamentos de Deus. Além disso, eram relativamente ricos: na verdade, seu pai era ferreiro.
Recebeu uma boa educação religiosa e sonhava com a ideia de entrar para o Seminário; não obstante, seu pai desejasse para ele a carreira militar. Ao manifestar-lhe a sua ideia, seu pai se opôs, mas o mandou estudar nas universidades de Lleida e Valência. José recompensou a boa vontade do seu pai: depois de se formar e emitir os Votos solenes, em breve tempo se tornou Vigário geral da diocese de Urgel.
Ordenação
Recebeu a ordenação sacerdotal em 1583, embora sem a presença do pai, que ainda não cedera à sua vocação. Inicialmente, foi para um mosteiro, desejando uma vida de solidão. Seu bispo, percebendo nele um alto grau de inteligência, disse-lhe que sua missão era a pregação. Dedicou-se à atividade pastoral, sendo muito querido por todos os fiéis e bispos, que lhe davam vários encargos importantes a serem executados junto à Santa Sé.
Vida
Em 1592, talvez para resolver assuntos urgentes da Santa Sé, José foi a Roma. Entre outras coisas, foi também tutor dos sobrinhos do Cardeal Colonna, seu velho amigo.
Este preciso encargo, em forte contraste com o que via em suas caminhadas pelas ruas da Cidade Eterna, contribuiu para esclarecer a sua ideia e refletiu: em cumprimento à sua missão sacerdotal, começou a visitar os enfermos em hospitais e os presos nos cárceres.
Descoberta da Missão
No entanto, o que mais o impressionava era a juventude que vagueava ao léu pelas ruas. Os jovens, muitas vezes até crianças, não tinham ninguém, eram abandonados e ignorados, dependentes dos vícios que, depois, se transformavam em delinquência. Tudo aquilo era inadmissível na Cidade do Papa.
De repente, José entendeu que esta era a sua missão: salvar os jovens pobres da degradação, à qual eram condenados através de uma educação regular. Contudo, que não se limitasse somente ao catecismo dominical, que recebiam dos sacerdotes. Ele estava realmente ciente de que esta era a verdadeira vontade do Senhor.
A Missão
São José de Calasanz iniciou a sua missão pedindo ajuda dos Jesuítas e Dominicanos, que, porém, estavam muito ocupados com outras atividades. Então, com a ajuda do pároco de Santa Doroteia, no bairro de Trastevere, que lhe colocou à disposição duas pequenas salas, José abriu a primeira escola gratuita da Europa para jovens das classes sociais mais pobres.
Não obstante, José ainda não tinha um projeto educacional preciso, mas vivia o dia a dia. Porém, estava consciente da sua obra, que se tornou a finalidade revolucionária da sua missão. Ele considerava a instrução como um direito prioritário do homem e dos pobres, e como tal, não devia ser apenas um gesto de caridade, mas um ato de justiça social. Assim sendo, encontrou logo outros sacerdotes, dispostos a transmitir-lhes seus ensinamentos gratuitamente.
Em 1612, São José de Calasanz conseguiu comprar um prédio na Praça Navona, com a aprovação da Santa Sé. Naquelas alturas, seus alunos já eram cerca de 1500.
Escolápios
Em 1617, José sentiu a necessidade de dar uma espécie de “garantia” às suas escolas. Fundou a Congregação Paulina dos Pobres da Mãe de Deus das Pias Escolas, depois chamados de Escolápios.
Em 1622, com a bênção do Papa Gregório XV, a Congregação tornou-se Ordem Regular. Em um retiro espiritual, em Narni, o Padre José escreveu as Constituições pelo próprio punho.
No entanto, infelizmente, as armadilhas estavam à espreita. Na época, a instrução e a cultura eram um direito reconhecido exclusivamente para as classes mais ricas. Por isso, a obra do Padre José começou a ser malvista pelos conservadores, que queriam manter o status quo. Então, iniciaram a fazer críticas difamatórias contra ele, a ponto de ser denunciado ao Santo Ofício. Reduzindo a sua Ordem ao estado de Congregação de Sacerdotes Seculares, sujeitos à jurisdição episcopal.
Páscoa
Passando por grandes sofrimentos físicos e espirituais, São José de Calasanz concluiu sua vida terrena. Voltando para a Casa do Pai, em 1648, sem ver a reconstituição da sua Congregação, que foi reconhecida como Ordem religiosa, segundo as Regras do seu fundador em 1699.
Os primeiros Padres Escolápios ou Esculápios voltaram a professar seus Votos solenes. Além dos três habituais, acrescentam um quarto: o da educação dos jovens como missão primordial.
No entanto, suas Escolas se espalharam pelos quatro dos cinco Continentes, e hoje contam 222 Casas espalhadas pelo mundo.
Via de Santificação
São José de Calasanz foi sepultado em Roma. A ele foram atribuídas muitas intercessões em milagres e graça. Foi canonizado por Clemente XIII em 1767. Foi proclamado por Pio XII, em 1948, “Padroeiro universal de todas as Escolas populares cristãs do mundo”.
Minha Oração
“Grande pedagogo de Cristo, seja nosso conselheiro e auxílio assim como foste em vida. Rogai pelos professores e mestres da educação para que eduquem não só no viés intelectual, mas no homem como um todo especialmente na espiritualidade do Homem Novo. Amém!”
São José de Calasanz, padroeiro das escolas populares , rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 25 de agosto:
- São Luís IX, rei da França, que se tornou célebre pela sua fé ativa, quer em tempo de paz quer no decurso da guerra em defesa dos cristãos.(† 1270)
- Na Via Aurélia, a seis milhas de Roma, o sepultamento dos santos Eusébio, Ponciano, Vicente e Peregrino, mártires. († data inc.)
- Em Arles, na Provença, na França, São Gens, mártir, que, ainda catecúmeno, trabalhou no tribunal como notário e recusando-se a transcrever um edito contra os cristãos. († 303)
- Em Itálica, hoje Santiponce, perto de Sevilha, na Hispânia Bética, São Gerôncio, bispo, que se narra ter morrido no cárcere. († s. IV)
- Em Agde, na Gália Narbonense, actualmente na França, São Severo, abade do mosteiro por ele fundado nesta cidade. († s. V)
- Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, São Menas, bispo, que foi ordenado pelo papa Santo Agapito. († 552)
- Em Atane, no território de Limoges, na actual França, Santo Arédio, abade, que, compôs para o cenóbio que fundara uma excelente regra, fundada nos preceitos de vários institutos de vida monástica. († 591)
- Em Utrecht, na Géldria da Austrásia, atualmente na Holanda, São Gregório, abade, que, ainda adolescente, acompanhou sempre São Bonifácio nas caminhadas missionárias. († 775)
- Em Montefiascone, na Toscana, hoje no Lácio, região da Itália, o passamento de São Tomás Cantelupe, bispo de Hereford, na Inglaterra, homem de eminente cultura, severo para consigo e largamente generoso para com os pobres. († 1282)
- Em Ximabara, no Japão, os beatos mártires Miguel Carvalho, da Companhia de Jesus, Pedro Vásquez, da Ordem dos Pregadores, Luís Sotelo e Luís Sasanda, presbíteros, e Luís Baba, religioso da Ordem dos Frades Menores. († 1624)
- Na França, o Beato Paulo João Charles, presbítero e mártir, um prior da Ordem Cisterciense. († 1794)
- Em Córdova, na Argentina, a Beata Maria do Trânsito de Jesus Sacramentado, virgem, que se dedicou intensamente à formação cristã. († 1885)
- Em Valência, na Espanha, o Beato Luís Urbano Lanaspa, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir, que superou o glorioso combate por Cristo. († 1936)
- Em “Palacio del Duque”, entre Somió e Cabueñes, nas Astúrias, também na Espanha, o Beato Florêncio Alonso Ruiz, presbítero da Ordem de Santo Agostinho e mártir. († 1936)
- Na estrada de Llagostera a Vidreras, na Catalunha, na Espanha, o Beato Onofre (Sálvio Tolosa Alsina), religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir. († 1936)
- Em Madrid, na Espanha, o Beato Vicente Álvarez Cienfuegos, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1936)
- Em Sucúa, localidade do Equador, Maria Troncatti, virgem da Congregação das Filhas de Maria Auxiliadora. († 1969)
Fonte:
- vaticannews.va
- Martirológio Romano
- Arquisp.org.br
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova